Balança comercial tem saldo de US$ 112 milhões em março. No ano, deficit de US$ 6,1 bilhões

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Da Redação

Brasília – A quebra na sequência de saldos negativos registrados nos meses de janeiro e fevereiro não foi suficiente para fazer a balança comercial brasileira a operar no positive. Em março, o País teve um tímido superavit de US$ 112 milhões, o menor saldo para o mês desde 2001. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (1º) pelo MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

Apesar do saldo de US$ 112 milhões, o País terminou o primeiro trimestre do ano com um deficit comercial de US$ 6,1 bilhões, o maior da história, considerando a série iniciada em 1994.  O indicador mostra a diferença entre o que o país exportou e o que comprou de bens do exterior no período.

O saldo negativo acumulado neste ano supera em 17% o verificado nos três primeiros meses do ano passado, quando o déficit de US$ 5,2 bilhões já havia sido recorde.  No ano passado, o deficit comercial do início do ano fora justificado pelo registo em atraso de operações de compra de combustível pela Petrobras, o que acabou inflando os dados da balança. Tal efeito, porém, não ocorreu este ano.

Os números da balança comercial em março

No último mês, as importações somaram US$ 17,5 bilhões, uma queda de 3,8% frente ao mesmo mês de 2013 pela média diária. No ano, alcançaram US$ 55,7 bilhões, redução de 2,2% ante os três primeiros meses de 2013.

Já as exportações foram de US$ $ 17,6 bilhões, retração de 4% em relação a março do ano passado. De janeiro a março, elas chegaram a US$ 49,6 bilhões, resultado também 4,1% menor do que no primeiro trimestre do ano passado.

A queda de 11% nas exportações para a Argentina foi um dos fatores que contribuiram para a balança comercial brasileira fechar o mês de março no vermelho. As vendas para o terceiro maior cliente dos produto brasileiros no exterior (atrás apenas da China e dos Estados Unidos) vem caindo sistematicamente e não se vislumbra melhora desse cenário em curto prazo.

Para complicar esse cenário, a Argentina é o principal destino dos produtos industrializados brasileiros e a indústria nacional enfrenta grande dificuldades para encontrar mercados alternativos para colocar esses produtos que a cada mês deixam de ser importados pelos argentinos. A queda para o mercado argentino só não foi maior que a retração nas vendas para a União Europeia, de 13,5% no mês passado.

Mas nem tudo foi negativo nos números da balança comercial brasileira em março. Houve expansão expressiva nas exportações para os dois principais clientes do Brasil no exterior. A China aumentou em 22% as importações de produtos brasileiros (minério de ferro e soja, principalmente), enquanto as vendas para o mercado americano tiveram um aumento de 12%, um dado relevante numa pauta que, ao contrário da China, é composta por um número relevante de produtos de maior valor agregado.

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