Balança comercial tem recorde de US$ 47,7 bilhões em 2016 com forte queda nas importações

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Brasília – Graças principalmente a uma forte contração de 19,78% nas importações, a balança comercial brasileira fechou o ano de 2016 com um superávit recorde de US$ 47,69 bilhões, o melhor resultado da balança série histórica iniciada em 1989. O maior saldo anterior foi registrado em 2006, quando as exportações superaram as importações em US$ 46,45 bilhões. O saldo positivo anual resultou de US$ 185,2 bilhões exportados e US$ 137,5 bilhões em importações. Os dados foram divulgados hoje (2) pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Considerada a média diária, as exportações caíram 3,5%, de US$ 764 milhões para US$ 738 milhões, e as importações caíram 20,1%, de US$ 685 milhões para US$ 548 milhões.

Os dados divulgados pelo MDIC mostram ainda que a forte redução nas importações se deve principalmente à crise econômica brasileira, que levou à redução da demanda por produtos e serviços produzidos lá fora. O dólar, que se manteve em um valor relativamente alto ao longo de 2016 e encareceu os importados, também contribuiu para essa queda.

O superávit de 2016 superou as expectativas do mercado financeiro. Analistas ouvidos pelo Banco Central previam um saldo positivo de US$ 47,1 bilhões para a balança. O resultado, no entanto, ficou dentro da margem prevista pelo MDIC, que projetava um superávit de US$ 45 bilhões a US$ 50 bilhões para a balança comercial em 2016.

Em dezembro, a balança comercial teve superávit de US$ 4,42 bilhões, resultado de exportações que somaram US$ 15,94 bilhões e de importações que atingiram US$ 11,52 bilhões. O saldo comercial é 29,2% menor do que o obtido em dezembro de 2015, quando o superávit comercial somou US$ 6,24 bilhões.

Segundo o MDIC, na comparação com dezembro de 2015, quando as exportações brasileiras somaram US$ 16,78 bilhões, o volume total de exportações no mês passado caiu 5%. Já as importações aumentaram 9,31%, de US$ 10,54 bilhões para US$ 11,52 bilhões.

Na opinião do secretário de Comércio Exterior do Ministério, Abrão Neto, pela primeira vez na história as exportações brasileiras de petróleos e derivados superaram as importações. O saldo da chamada conta petróleo foi um superávit de US$ 410 milhões. Em 2015, a conta petróleo havia registrado um déficit de US$ 5,73 bilhões.

Para Abrão Neto, esse saldo histórico deveu-se a três fatores: baixo preço do petróleo no mercado internacional, aumento das exportações brasileiras de petróleo e derivados e queda nas importações de petróleo por causa da baixa atividade econômica registrada em 2016 no país.

Na opinião do Secretário de Comércio Exterior do MDIC, “o superávit da conta petróleo de 2016 é um superávit conjuntural e não estrutural. No que se pese o aumento da produção brasileira, a tendência no curto e médio prazo é que o Brasil continue como um importador líquido de petróleo e derivados”.

(*) Com informações de agências de notícias

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