Balança comercial tem pior resultado para setembro desde 1998 com deficit de US$ 939 milhões

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Da Redação (*)

Brasília  – Importações em forte alta e queda acentuada nas exportações. Esta combinação fez com que a balança comercial brasileira voltasse a operar no vermelho, registrando um déficit de US$ 939 milhões, o segundo maior da História para o mês, só perdendo para setembro de 1998, quando as importações superaram as exportações em US$ 1,203 bilhão.Com o resultado mensal, o valor acumulado no ano, que até agosto havia sido de um superávit de US$ 249 milhões, voltou a ficar negativo em US$ 690 milhões.

Segundo dados divulgados hoje (1) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em setembro, as exportações somaram US$ 19,617 bilhões e as importações, US$ 20,556 bilhões. No acumulado, as vendas externas foram de US$ 173,635 bilhões e os gastos no exterior, US$ 174,325 bilhões. A última vez em que a balança apresentou déficit em setembro foi no ano 2000. Na época, o saldo ficou negativo em US$ 267 milhões.

Recorde nas importações

De acordo com os números do MDIC, as importações realizadas em setembro bateram recorde histórico para o mês, com crescimento de 4% sobre o mesmo mês do ano passado e de 1,7% ante agosto de 2014. Com uma expansão de 49,1%, as compras externas de combustíveis e lubrificantes se destacaram na pauta, enquanto os gastos com bens de consumo, bens de capital e matérias-primas diminuíram.

Enquanto isso, as exportações caíram 10,2% frente a setembro de 2013 e 8,5% em relação ao mês anterior. Houve queda nas vendas das três principais categorias de itens: básicos (15,1%), manufaturados (8,0%) e semimanufaturados (2,9%), com destaque para soja em grão, minério de ferro, farelo de soja, petróleo em bruto e carne bovina. Por outro lado, aumentaram os embarques de algodão em bruto, café em grão, carne suína, carne de frango e fumo em folhas.

Exportações em queda

As exportações para os países do Mercosul prosseguiram em sua trajetória de forte retração e caíram 27,5%, com destaque para a Argentina, que reduziu as importações do Brasil em 39,7%. Os argentinos compraram menos automóveis, autopeças, laminados planos, tratores e óleos combustíveis.

Entre os países, os cinco principais mercados para o Brasil em setembro foram China (US$ 2,906 bilhões), Estados Unidos (US$ 2,347 bilhões), Argentina (US$ 1,209 bilhão), Países Baixos (US$ 985 milhões) e Japão (US$ 648 milhões).

Em relação aos mercados fornecedores, aumentaram em 102,8% as importações do Oriente Médio, 47,9% da África e 39,2% da Europa Oriental. Nos dois primeiros casos, os principais responsáveis pela alta das importações foram petróleo e derivados.

A exemplo do que vem se repetindo há algum tempo, a China se manteve em setembro como principal fornecedor de produtos para o Brasil  com US$ 3,634 bilhões, seguida por EUA (US$ 3,092 bilhões), Argentina (US$ 1,309 bilhão, Alemanha (US$ 1,186 bilhão) e Nigéria (US$ 912 milhões).

(*) Com Agências

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