Da Redação
Brasília – A balança comercial brasileira fechou o ano de 2014 com um deficit de US$ 3,930 bilhões, o pior resultado desde 1998. O saldo negativo resultou de exportações no montante de US$ 225,101 bilhões e importações no total de US$ 229,031 bilhões. Os dados foram divulgados neta segunda-feira pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Esse foi o primeiro saldo negativo anual desde o ano 2000 e o pior resultado apurado desde 1998.
O deficit de US$ 3,930 bilhões superou a expectativa do Banco Central, que divulgou recentemente os dados do boletim Focus prevendo que ano passado as importações superariam as exportações em US$ 2,5 bilhões. No mês de dezembro, as exportações superaram as importações em US$ 293 milhões. Em 2013, a balança comercial tinha registrado um saldo positivo de US$ 2,5 bilhões.
Segundo o MDIC, a balança comercial de 2014 em relação a 2013 foi marcada pela retração nas exportações de produtos manufacturados (-13,7% para US$ 80,211 bilhões), de semimanufaturados (-4,8% para US$ 29,066 bilhões) e de produtos básicos (-3,1% para US$ 109,557 bilhões).
Entre os manufaturados ocorreu queda principalmente nas exportações de plataformas de petróleo (-74,4%), automóveis (-41,8%), veículos de carga )-32,4%), açúcar refinado (-25,0%), autopeças (-22,0%), motores para veículos e partes (-16,2%), óleos combustíveis (-11,4%), aviões (-10,4%) e pneumáticos (-6,4%).
No segmento dos produtos semimanufaturados, as maiores quedas foram registradas nas exportações de cátodos de cobre (-53,1%), ouro em forma semimanufaturada (-31,1%), alumínio em bruto (-19,3%), açúcar em bruto (-18,7%), óleo de soja em bruto (-17,8%) e ferro fundido (-3,5%).
A pauta exportadora de produtos básicos apresentou retração nas vendas de milho em grão (-38,0%), fumo em folhas (-24,4%), minério de ferro (-20,5%) carne de frango (-1,6%) e minério de cobre (-1,1%).
Ainda em relação às exportações, por mercados de destino, houve queda nas vendas para os seguintes blocos económicos: Mercosul (-15,2%), sendo que para a Argentina a queda foi de 27,2%), por conta dos automóveis e autopeças, veículos de carga, polímeros plásticos, motores para veículos, pneumáticos, tratores, laminados planos, bombas e compressores, motocicletas, máquinas para uso agrícola e chassis com motor, entre outros. África (-12,5) por conta de açúcar em bruto e refinado, carne de frango, milho em grão, minério de ferro, aviões, óleo de soja em bruto e refinado, autopeças e trigo em grão. Para a União Europeia (-12,0% por conta de plataforma para extração de petróleo, trigo em grão, mates de níquel, alumínio em bruto, etanol, farelo de soja, minério de ferro, óleos combustíveis, petróleo, fumo em folhas, suco de laranja, ouro em forma semimanufaturada, couros e peles. Para a Ásia (5,3%) sendo que para a China ocorreu queda de 11,8% por conta de ferro fundido, soja em grão, minério de ferro, petróleo, açúcar em bruto, óleo de soja em bruto, fumo em folhas, cátodos de cobre, minério de cobre, aviões, mármores e granitos, bombas e compressores e autopeças entre outros). Para o Oriente Médio (-4,9%, por conta de carne de frango e bovina, minério de ferro, açúcar em bruto e refinado, soja em grão, farelo de soja, café em grão e bovinos vivos.
De janeiro a dezembro, os principais países de destino das exportações brasileiras foram 1) China (US$ 40,6 bilhões), 2) Estados Unidos (US$ 27,1 bilhões), 3) Argentina (US$ 14,3 bilhões), 4) Países Baixos (US$ 13,0 bilhões) e 5% Japão (Us$ 6,7 bilhões).
No tocante às importações, no acumulado janeiro-dezembro de 2014 comparado com igual período de 2013, houve queda em bens de capital (-7,6%), bens de consumo (-5,2%), matérias-primas e intermediários (-3,3%) e combustíveis e lubrificantes (-2,4%).
As importações registraram queda de -9,8% em relação ao Mercosul (sendo que em relação à Argentina a retracção foi de 14,1%), à União Europeia (-8,0%), à América Latina e Caribe, exceto Mercosul (-6,0%), à Ásia (-2,8%) e à África (-2,2%).
Os principais países de destino das importações foram: 1) China (Us$ 37,3 bilhões), 2) Estados Unidos (US$ 35,3 bilhões), 3) Argentina (US$ 14,1 bilhões), 4) Alemanha (US$ 13,8 bilhões) e 5) Nigéria (US$ 9,5 bilhões).