Balança comercial com a China inicia o ano com um deficit de US$ 2,359 bilhões em janeiro

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Da Redação

Brasília –  A  balança comercial brasileira com a China começou o ano com uma forte queda nas exportações (-38,27%) e um preocupante deficit de US$ 2,359 bilhões, superior em 29,11% ao saldo negativo de US$ 1,827 bilhão registrado em janeiro do ano passado. As exportações chinesas para o Brasil também se retraíram (-7,54%) para US$ 3,703 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC)

Os números de janeiro não permitem fazer uma projeção para todo o ano de 2015, mas já existe quem aposte em que este ano o Brasil poderá ter um saldo negativo no intercâmbio com a China, o primeiro desde o ano de 2008.

Em janeiro, as exportações brasileiras para o mercado chinês foram duramente afetadas pela queda de 67,82% na receita obtida com as vendas do mínério de ferro, o principal item da pauta exportadora para a China, que despencaram de US$ 1,286 bilhão em janeiro do ano passado para apenas US$ 414 milhões este ano.

A queda deveu-se a dois fatores conjugados: retração na quantidade, que passou de  13,6 milhões de toneladas para pouco mais de 9,6 milhões de toneladas em janeiro passado, provocada pela diminição no ritmo de crescimento da economia chinesa e uma queda acentuada nos preços do minério de ferro nos mercados internacionais.

Retrações importantes foram registradas também nas exportações de pasta química de madeira (-11,54% para US$ 139 milhões) e de açúcar de cana (-43,20% para US$ 67 milhões).

A retração nas vendas de minério de ferro, pasta química de madeira e açúcar de cana não foi compensada pelos aumentos de 52,70% para US$ 294 milhões nas exportações de petróleo (o segundo item mais importante entre os produtos exportados pelo Brasil para a China), de pedaços e miudezas de galos/galinhas (+10,14% para US$ 41 milhões) e de ferronióbio (+13,22% para US$ 39 milhões).

Analisadas sob o aspecto do fator agregado, as exportações para a China tiveram uma forte queda de 45,13% entre os produtos básicos e de 17,98% no tocante aos semimanufaturados e industrializados.

Pelo lado chinês,o intercâmbio bilateral teve como grande destaque o aumento de 11,10% para US$ 421 milhões nas exportações de barcos-farois/guindastes/docas/diques flutuantes e de 109,99% para US$ 33 milhões nas exportações de partes de outros motores/geradores.

O lado negativo ficou por conta da queda nas vendas de outrs partes para aparelhos de telefonia/telegrafia (-9,70% para US$ 124 milhões), de 20,54% para US$ 119 milhões nas vendas de outras partes para aparelhos receptores /radiodifusão/televisão e de 37,41% para  US$ 29 milhões nas vendas de telas para microcomputadores portáteis.

Em termos de fator agregado, o mês de janeiro registrou uma queda de 7,54% nas exportações de produtos básicos chineses e de 8,15% nas vendas de produtos manufaturados e semimanufaturados.

O ano mal começou mas já existe quem aposte em que o Brasil terá grandes dificuldades para repetir este ano o desempenho alcançado ano passado no comércio bilateral com os chineses. Além da forte queda registrada nos preços internacionais do petroleo e do minério de ferro, a balança comercial será afetada pela redução na cotação da soja e de outros produtos do agronegócio.

Em 2014, a China terminou o ano como o principal destino internacional dos produtos do agronegócio brasileiro, com participação de 22,8% do valor total exportado pelo Brasil. Apesar da queda de US$ 816 milhões na receita em relação a 2013, causada principalmente pela redução nas exportações do complexo soja e sucroalcooleiro, as exportações para a China somaram US$ 22,1 bilhões no acumulado do ano. A China foi o maior comprador do complexo soja, com importações que ultrapassaram os US$ 17 bilhões.

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