Da Redação

Brasília –  Caso venha a ser mantida a atual tendência de queda das exportações brasileiras e elevação substancial das vendas africanas ao Brasil, o comércio bilateral com a África poderá chegar ao fim de 2014 com um deficit histórico no intercâmbio com os países da região. Apenas no bimestre janeiro-fevereiro, o Brasil já acumula um saldo negativo de US$ 897 milhões, um deficit superior em 235,41% aos US$ 267 milhões de saldo negativo acumulado em igual período de 2013.

Esses números foram o resultado de exportações brasileiras de US$ 1,530 bilhão e importações de US$ 2,428 bilhões. No primeiro bimestre de 2013, o Brasil exportou US$ 1,783 bilhão e importou US$ 2,050 bilhões em produtos dos países africanos.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o deficit acumulado no intercâmbio com a África em apenas dois meses do ano já corresponde a quase metade de todo o saldo negativo registrado em 2013, no montante de US$ 1,843 bilhão. Caso essa tendência venha a ser mantida, este ano o Brasil ultrapassará o maior deficit registrado recentemente no comércio com os países do continente africano, da ordem de US$ 3,211 bilhões, no ano de 2012.

A exemplo do que vem acontecendo com seus principais parceiros, também em relação à África a pauta exportadora brasileira é integrada majoritariamente pro produtos primários. No bimestre janeiro-fevereiro, os principais produtos exportados para os países africanos foram açúcar (US$ 331 milhões), milho (US$ 190 milhões), carne bovina (US$ 116 milhões), carne, pedaços e miudezas de frangos (US$ 90 milhões) e minério de ferro (US$ 43 milhões).

No primeiro bimestre do ano, as exportações dos países africanos para o Brasil foi marcada pelo forte crescimento das vendas de petróleo (da Nigéria principalmente), no total de US$ 1,718 bilhão), naftas para petroquímica (US$ 292 milhões), gás natural liquefeito (US$ 91 mlhões), cacau (US$ 32 milhões) e gás liquefeito de petróleo (US$ 26 milhões).