Brasília – A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, anunciou há pouco que a Argentina retirou o embargo à carne brasileira que vigorava desde 2012. Embora não seja exportador do produto para a Argentina, o Brasil se ressentia do atestado comercial negativo representado pelo embargo.
Também ontem (16), o Brasil retirou o embargo às maçãs argentinas, decretado em março deste ano depois de constatada a presença da praga Cydia Pomonella. A documentação bilateral relativa aos desembargos será publicada esta semana pelos dois países.
A ministra Katia Abreu explicou que o embargo à maçã argentina teve causa estritamente sanitária, mas que as providências das autoridades da Argentina, demonstrando controle do problema, retiram as razões para a restrição.
Da mesma forma, disse a ministra, não há razão para o embargo à carne brasileira, sob absoluto controle sanitário. Por isso, pediu reciprocidade à Argentina, concluindo os dois governos pela declaração simultânea das respectivas liberações.
A importação desses frutos provenientes da Argentina foi suspensa em março deste ano, após avaliação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) do sistema argentino para mitigação de riscos relacionados à praga Cydia Pomonella – erradicada no Brasil no ano passado.
Depois de detectar inconformidades no sistema do país vizinho, o ministério solicitou à Argentina a reavaliação in loco do planejamento de contingência e mitigação de riscos para a praga, que foi atendida por aquele país.
Por outro lado, o Serviço de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) da Argentina, após avaliações sanitárias, reconheceu que casos atípicos de BSE (Encefalopatia Espongiforme Bovina), cientificamente demonstrados, podem ocorrer em qualquer parte do mundo e não têm relação com o risco da epidemia da vaca louca – motivo alegado para interromper o comércio de carne bovina com o Brasil no ano de 2012.
De acordo com o documento oficial assinado pelo vice-presidente do Senasa, Luis Ángel Carné, e pelo diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, não caberiam restrições comerciais a países que tivessem casos espontâneos e inevitáveis de BSE atípica, como aconteceu com o Brasil nos anos anteriores.