Após os EUA, o Brasil também terá deficit histórico no intercâmbio comercial com a União Europeia

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Da Redação

Brasília – Os Estados Unidos não são o único entre os grandes parceiros comerciais do  Brasil com quem o País vai fechar o ano com um deficit histórico. O mesmo acontecerá em relação à União Europeia que, como bloco, é o maior parceiro comercial do Brasil. A União Europeia sempre foi, historicamente, uma das principais fontes de superávits para o Brasil em seu comércio exterior. Porém, este ano, o Brasil terá um deficit histórico com os europeus. De janeiro a julho, a balança fechou no vermelho, com um saldo negativo de US$ 3,268 bilhões, um crescimento de 369,79% em relação ao deficit de US$ 1,211 bilhão registrado em igual período do ano passado.

Segundo especialistas em comércio exterior, o Brasil poderá ter ao final de 2013 um deficit de mais de US$ 5 bilhões no intercâmbio com os 28 países-membros da União Europeia. O comércio com os países europeus apresentou números historicamente favoráveis ao Brasil. É verdade que nos últimos anos o superávit assumiu uma clara curva descendente, tendo recuado de US$ 6,519 bilhões em 2011 para pouco mais de US$ 1,188 bilhão no ano passado. Este ano, nos sete primeiros meses, as exportações europeias tiveram um crescimento expressivo, tendo passado de US$ 27,1 bilhões acumulados em igual período de 2012 para mais de US$ 29,7 bilhões este ano. Em contrapartida, as vendas brasileiras para a União Europeia recuaram de US$ 29,351 bilhões para US$ 26,349 bilhões.

Principal motor da economia europeia, a Alemanha foi também o maior responsável pelo desequilíbrio na balança comercial com o Brasil. Este ano, de janeiro a julho, as exportações alemãs se mantiveram praticamente estáveis, somando US$ 8,716 bilhões, contra exportações de US$ 8,225 bilhões em igual período do ano passado. Enquanto isso, as exportações brasileiras para a Alemanha tiveram uma queda acentuada: após terem atingido a soma de US$ 4,243 bilhões nos sete primeiros meses do ano passado, este ano recuaram para US$ 3,598 bilhões.

E se o cenário que se observa em 2013 não é motivo para grande otimismo, são ainda menos positivas as expectativas em torno do comércio brasileiro com a União Europeia –e certamente com a Alemanha em particular- em 2014. As exportações brasileiras de produtos de maior valor agregado para o bloco europeu estão em queda e as commodities, que são itens de maior peso específico na pauta exportadora para a UE, podem enfrentar no próximo ano um cenário adverso, marcado pela queda de preços nos mercados internacionais e agravado pela redução das compras por parte de uma Europa ainda às voltas com uma aguda crise econômica.

Para piorar esse cenário, a partir de 2014 o Brasil perderá o direito de exportar seus produtos para a União Europeia beneficiando-se da redução de tarifas alfandegárias que foram conferidas ao País pelo Sistema Geral de Preferências Comerciais. A partir do início do próximo ano o Brasil e diversos outros países em desenvolvimento deixarão de usar o SGP em suas exportações para os países europeus, o que contribuirá para aumentar ainda mais o deficit que o país acumulará este ano com os países da União Europeia.

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