ApexBrasil identifica 971 oportunidades para o Brasil ampliar exportações para os EUA

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Da Redação

Brasilia – Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e o comércio bilateral tem grandes possibilidades de expansão. É o que revela o Perfil de Comércio e Investimentos – Estados Unidos, elaborado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e que detalha o comércio e os investimentos entre o país e o Brasil, além de apontar oportunidades para as exportações brasileiras e aspectos de acesso a mercado.

O estudo, divulgado na segunda-feira (19), elencou 971 oportunidades comerciais para as empresas brasileiras no sofisticado e competitivo mercado americano. São negócios em potencial em diversos setores, especialmente em produtos manufaturados como motores, automóveis, aeronaves, móveis de madeira, instalações e equipamentos de engenharia civil e muitos outros.

Ainda que os Estados Unidos sejam o segundo principal destino das exportações brasileiras, a participação que o Brasil tem no mercado americano é de apenas 1,2% e o país ocupou uma modesta décima-oitava posição entre os maiores fornecedores aos americanos. 

Essa discreta presença brasileira no maior mercado de consumo do planeta pode crescer especialmente no vácuo gerado pela queda na participação chinesa entre os maiores exportadores para os americanos.

O vazio deixado pelos chineses foi ocupado principalmente pelo México, que em 2023 superou o Canadá e tornou-se o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, graças à proximidade geográfica e ao Acordo de Livre Comércio que une os três países norte-americanos.

Ano passado, as exportações para os EUA totalizaram US$ 36.867 bilhões (queda de 1,5% comparativamente com os números de 2022), cifra que fez do país o terceiro maior mercado externo brasileiro, com 10,9%, contra 30,7% da China e 13,6% da União Europeia. 

Pauta diversificada e qualificada

Os principais itens embarcados para o mercado americano foram produtos semiacabados de ferro, lingotes (US$ 4,8 bilhões); petróleo (US$ 4,5 bilhões); instalações e equipamentos de engenharia civil (US$ 1,76 bilhão); ferro-gusa, spiegel (US$ 1,68 bilhão) e demais produtos da indústria de transformação (US$ 1,46 bilhão).

Por outro lado, os EUA são o segundo principal fornecedor do Brasil, com uma fatia de 15,8% do mercado, atrás da China. Em 2023, os principais produtos importados foram motores e máquinas não elétricos (US$ 4.9 bilhões), óleos combustíveis (US$ 4,8 bilhões), carvão (US$ 1,68 bilhão), demais produtos da indústria de transformação (US$ 1,65 bilhão) e petróleo (US$ 1,60 bilhão).

Segundo especialistas em comércio exterior, na busca por uma maior participação nos principais mercados globais, como o americano, o Brasil precisa reforçar a competitividade em bens que vão além do petróleo, minério de ferro, grãos e carnes, responsáveis por 37,2% das exportações totais brasileiras no ano passado. 

Para avançar nessa competição, o país precisa ser mais competitivo nos produtos que os países desenvolvidos demandam. São produtos como componentes das cadeias globais de produção, área em que o Brasil está muito distante dos grandes players mundiais.

Oportunidades de negócios e investimentos

Em relação ao acesso ao mercado americano, o estudo da ApexBrasil listou 971 oportunidades de negócios envolvendo combustíveis minerais, lubrificantes e materiais relacionados, dos quais os EUA importam US$ 287,6 bilhões e 169 produtos, com uma participação brasileira de 2,8%; máquinas e equipamentos de transporte (importações de US$ 204,8 bilhões envolvendo 169 produtos e participação brasileira de 2,8%); artigos manufaturados, dos quais os americanos importam US$ 124,6 bilhões em 308 produtos e participação brasileira de 7,4%).

O estudo aborda também os investimentos entre os dois países. Segundo os dados mais recentes do Banco Central (BC), em 2021, o estoque de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) dos EUA no Brasil cresceu US$ 67,6 bilhões em comparação a 2020, fechando o ano com US$ 206,2 bilhões, o que representa um aumento de 48%.

Os investimentos brasileiros também têm crescido nos EUA e desde 2019 o país ocupa a 5ª posição entre os principais destinos de investimentos do Brasil. Em 2021, segundo o BC, o estoque de IED brasileiro nos EUA foi de US$ 33 bilhões, o segundo maior desde 2012.

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