Brasília (Comex-DF) Apesar do crescimento das adversidades para vencer barreiras à expansão das vendas externas que estão motivando dezenas de empresários a discutirem, dentro do 29º ENAEX, que se instalou no dia 24, no Rio de Janeiro, um amplo novo projeto de política de comércio exterior, o Brasil deverá ampliar suas exportações, em 2010, em 25% sobre os resultados deste ano, com vendas de US$168 bilhões, meta que era para 2009 e que, também, irá significar 1,25% das exportações mundiais.
A revelação foi feita por Welber Barral, secretário de Comércio Exterior e representante do Ministro Miguel Jorge, da Indústria e Comércio Exterior no referido evento. Para ele, não obstante a crise econômica que ainda afeta nossos principais compradores, os países em desenvolvimento, está havendo queda das exportações e das importações brasileiras, porém assegurando ainda para este ano um resultado superavitário na balança comercial.
Para Benedicto Fonseca Moreira, presidente da AEB, entidade promotora do encontro anual que completa 40 anos, essa situação deverá inverter-se no máximo em 2011, se não forem adotadas medidas capazes de dar condições de produção maior à indústria e serviços, para atender simultâneamente os mercados interno e externo. Essa condição passou a ser irreversível depois que o Brasil optou pela abertura e sua inserção consequente no mercado internacional. Ele espera que do formato do atual ENAEX possa nascer uma proposta concreta para uma nova política de comércio exterior, atual e positiva para atender esse setor estratégico do desenvolvimento.
Moreira, em nome da classe empresarial, rebateu a recente afirmação do presidente Luís Inácio Lula da Silva, segundo a qual o importante é o mercado interno e a exportação é espuma: “Num país de dimensão continental não se trata de opção por mercados, mas sim de uma política de produção capaz de atender a ambos e cumprir a opção brasileira de abertura ao mundo. A aposta é na cadeia produtiva de forma geral, atendendo a estratégia do desenvolvimento almejado”, completou, afirmando que uma política de comércio exterior adequada é excelente oportunidade deixada pela crise econômica mundial inclusive para agregar maior volume de empresas ao processo de exportação.
Hoje, de pouco mais de 5 milhões de empresas no país, só 18 mil vendem ao exterior e, dessas, apenas 94% vendem acima de US$10 milhões e 1% exporta acima de US$100 milhões.
O Secretário de Comércio Exterior, Weber Barral acrescentou que há necessidade extrema de modificar o sistema tributário brasileiro que, já antigo, embute um viés antiexportador inaceitável.
Fonte: Unipress – Empresa de Comunicação/AEB (25/11/2009)