Da Redação (*)
Brasília – Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) continuam apostando na elevação do superávit a ser registrado pela balança comercial brasileira em 2016 e segundo dados do Boletim Focus divulgado hoje (25) pelo BC, o saldo previsto para este ano poderá atingir a cifra de US$ 51,10 bilhões.
Semana passada, a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) divulgou revisão de sua previsão anual para a balança comercial, que prevê um superávit de US$ 46,934 bilhões. Em sua última previsão, no início do ano, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) projetou um saldo de US$ 50 bilhões.
Na semana passada, os analistas consultados pelo BC projetavam um superávit de US$ 50,52 bilhões e há quatro semanas a expectativa era de um saldo da ordem de US$ 50 bilhões. Para 2017, os especialistas prvêem um superávit de US$ 50 bilhões contra US$ 49,94 bilhões projetados na semana passada.
Por outro lado, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) ajustaram a projeção para a inflação – medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – de 7,26% para 7,21%, este ano. Para 2017, a projeção foi alterada de 5,30% para 5,29%. As estimativas fazem parte do boletim Focus, uma publicação elaborada todas as semanas pelo BC, com projeções para os principais indicadores econômicos.
As estimativas para os dois anos estão acima do centro da meta de inflação, de 4,5%, que tem que ser perseguida pelo BC. A projeção para este ano também supera o limite superior da meta: 6,5%. Em 2017, o máximo que a inflação pode chegar é 6%, de acordo com a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo CMN.
Taxa Selic
O principal instrumento usado pelo BC para controlar a inflação é a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 14,25% ao ano. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação. Quando mantém a taxa, o Copom considera que ajustes anteriores foram suficientes para alcançar o objetivo de controlar a inflação.
A expectativa das instituições financeiras é que a Selic termine este ano em 13% ao ano e 2017 em 11% ao ano. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano, mantida nesse patamar na reunião do Copom da semana passada. Amanhã (26), o BC divulgará a ata da reunião com as explicações para a decisão.
PIB e dólar
A estimativa de instituições financeiras para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 3,25% para 3,27%, neste ano. Para 2017, a estimativa de crescimento segue em 1,1%.
A projeção para a cotação do dólar foi alterada de R$ 3,39 para R$ 3,34, no fim deste ano, e permanece em R$ 3,50, no fim de 2017.
(*) Com informações da Agência Brasil