Analistas do mercado voltam a elevar estimativa de superávit comercial para 2016 e 2017

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Da Redação (*)

Brasília – As expectativas do mercado financeiro em relação ao superávit da balança comercial brasileira em 2016 e 2017 não param de crescer. De acordo com  estimativas do Boletim Focus divulgado hoje (28) pelo Banco Central (BC), a balança comercial de 2016 deve apresentar superávit de US$ 43,53 bilhões ante previsão anterior de US$ 42,40 bilhões e de US$ 40 bilhões previstos no mês de fevereiro.

Com relação ao próximo ano, as estimativas são ainda mais otimistas e os analistas de mercado consultados pelo BC prevêem para 2017 um superávit de US$ 47,50 bilhões, contra uma previsão de US$ 46,90 bilhões apresentada na semana passada, e de US$ 40 bilhões estimados no mês de fevereiro.

Em relação aos Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) para 2016, a estimativa segue em US$ 55 bilhões pela décima-quinta semana consecutiva. Para 2017, a perspectiva de ingresso de capital estrangeiro caiu de US$ 57,50 bilhões para US$ 55,25 bilhões. Em fevereiro, os analistas do mercado apostavam numa entrada de US$ 55,55 bilhões para o próximo ano.

Por outro lado, a projeção de instituições financeiras para a queda da economia este ano passou pelo décimo ajuste consecutivo. Agora, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi alterada de 3,60% para 3,66%. Para 2017, a expectativa de crescimento foi reduzida de 0,44% para 0,35%, no segundo ajuste seguido

As instituições financeiras também projetam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), vai fechar este ano em 7,31%, no terceiro ajuste seguido. Na semana passada, a estimativa era 7,43%. Para 2017, a estimativa segue em 6%, há sete semanas consecutivas.

Meta ultrapassada

As projeções ultrapassam o centro da meta que é 4,5%. O teto da meta é 6,5% este ano, e 6% em 2017. Em um cenário de retração da economia e inflação alta, as instituições financeiras não esperam por alteração na taxa básica de juros, a Selic, este ano. A expectativa é que a taxa encerre 2016 no atual patamar de 14,25% ao ano. Para 2017, a mediana das expectativas (desconsiderando os extremos nas projeções) é que a Selic feche o período em 12,50% ao ano.

A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Comitê de Política Monetária (Copom) barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

A pesquisa do BC também traz a projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que foi ajustada de 7,49% para 7,43% este ano. Para o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a estimativa passou de 7,73% para 7,68%, em 2016.

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), segue em 7%, em 2016. A projeção para os preços administrados foi alterada de 7,20% para 7,30%, este ano, e de 5,58% para 5,50% em 2017.
A estimativa para a cotação do dólar passou de R$ 4,20 para R$ 4,15, no fim de 2016, e de R$ 4,30 para R$ 4,20, ao final do próximo ano.

(*) Com informações da Agência Brasil

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