Brasília (Comex-DF) – Os Estados Unidos são o principal fornecedor de produtos para o DF mas, em contrapartida, ocupam um modestíssimo vigésimo lugar entre os importadores de produtos fabricados pelas empresas brasilienses. Esse panorama poderá se modificar caso avance a iniciativa que vem sendo articulada pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), sediada em São Paulo, visando a assinatura de um acordo bilateral entre o Brasil e os Estados Unidos. Entre os pontos principais desse acordo está a cláusula destinada a impedir a bitributação de empresas americanas que atuam no Brasil e nos Estados Unidos. Se o acordo vier a ser assinado, o intercâmbio comercial entre o Brasil e os Estados Unidos deverá crescer ainda mais, abrindo oportunidades de negócios mesmo para as pequenas unidades da Federação, a exemplo do DF.
Para a Amcham é injustificável que não exista um acordo comercial entre os dois países e a assinatura de um acordo dessa natureza contribuirá para ampliar ainda mais as relações comerciais bilaterais, a exemplo do que aconteceu com o intercâmbio dos Estados Unidos com o Chile e o Peru após a assinatura de tratados semelhantes entre aqueles países e o governo americano.
A Câmara de Comércio Americana em São Paulo ressalta que atualmente as multinacionais brasileiras e americanas que atuam no comércio entre os dois países são tributadas pela mesma operação em ambos os países e segundo a Amcham cada governo deve fazer concessões para desonerar as multinacionais. A Amcham está segura de que com a assinatura de um acordo dessa natureza e abrangência, o Brasil terá à sua disposição um importante instrumento de apoio ao seu desenvolvimento com a transferência de tecnologia americana para o país.
A Amcham destaca ainda que os Estados Unidos requerem anualmente o registro de 16 mil patentes internacionais, contra pouco mais de 60 registros solicitados pelo Brasil, o que dá uma idéia das imensas possibilidades de cooperação entre os dois países no campo científico-tecnológico. De sua parte, os Estados Unidos estão interessados nas tecnologias brasileiras de energia renovável, como o etanol.
Comércio EUA-DF
A assinatura de um acordo comercial entre o Brasil e os Estados Unidos certamente trará benefícios para o DF e poderá contribuir para a ampliação do intercâmbio comercial com aquele país. Atualmente, o comércio bilateral praticamente só existe na ponta das exportações americanas. Entre janeiro e julho as vendas americanas para o DF somaram US$ 178,8 milhões (18,54% a mais que os US$ 150,8 milhões exportados pelos americanos ao DF em igual período de 2008). Com esses números, os Estados Unidos foram os fornecedores de 29,03% de todo o volume importado pelo DF.
Em contrapartida, os Estados Unidos figuraram numa modesta vigésima posição entre os principais países de destino das exportações brasilienses. De janeiro a julho, as vendas do DF para o mercado americano somaram apenas US$ 288 mil, uma queda significativa ante exportações de mais de US$ 1,2 milhão realizadas em igual período de 2008. Esses números indicam que pequenos países como o Suriname, Omã, Tadjiquistão e Catar importaram muito mais produtos do DF que a maior economia do planeta.