Brasília – Um novo mapa das oportunidades de investimento e de comércio na América do Sul começou a ser traçado na segunda-feira (23), em Bogotá (Colômbia), em reunião promovida pela ApexBrasil em parceria com o Ministério das Relações Exteriores, com a presença de secretários de comércio e adidos agrícolas das embaixadas brasileiras na região, e de representantes de empresas exportadoras brasileiras.
O foco do debate foi a reversão de um cenário em que o Brasil perdeu presença em mercados estratégicos do continente nos últimos anos, quando houve também forte redução no fluxo de comércio com países da região.
“O Brasil ficou ausente de mercados importantes nos últimos anos, e essa volta tem que vir em cima de um planejamento, que é o que a ApexBrasil está fazendo ao ouvir todos os que atuam no comércio exterior brasileiro, país a país. Seguimos a orientação do governo do presidente Lula e do ministro Geraldo Alckmin, que trouxeram de volta a diplomacia presidencial”, disse o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana.
Ele lembrou que o programa foi iniciado na África, teve continuidade na semana passada, no Panamá, com reunião de representantes da América Central e do Caribe, e deverá prosseguir, no início do próximo ano, na América do Norte, em encontro com representantes dos Estados Unidos e do Canadá.
No encontro em Bogotá, tanto empresários como técnicos mostraram dados segundo os quais houve decréscimo significativo no fluxo comercial entre o Brasil e demais países da América do Sul. Em 2003, por exemplo, o Brasil participava com 17% das importações de bens na região, percentual que caiu para 12,7% em 2022.
Naquela ocasião, o país ocupava o primeiro lugar na lista dos que são origem de importações na região, colocação que caiu para o terceiro lugar. De lá para cá, a China, por exemplo, passou a ter 26% de representatividade em todas as compras da América do Sul. Viana lembrou ainda que o Brasil perdeu 40% do fluxo de comércio com a Argentina nos últimos anos, seu maior parceiro comercial da região.
A diretora de Negócios da ApexBrasil, Ana Paula Repezza, explicou a nova dinâmica dos programas da Agência no estímulo à exportação e aos investimentos, com base num planejamento estratégico que tem três eixos principais. O primeiro, a aproximação com os países da América do Sul, América Latina e África, onde o Brasil tem perdido mercados nos últimos anos. O segundo passa por diversificar as origens das exportações dentro do Brasil, interiorizando e diversificando os programas e projetos da Agência por região.
Ana Paula Repezza citou como exemplo o programa Exporta Mais Brasil, que teve sua primeira edição em João Pessoa, Paraíba, num pólo produtor de móveis. O terceiro eixo visa a diversificar também o atendimento a empresas com vocação exportadora, tendo maior foco naquelas de pequeno e médio porte e de setores não tradicionais, além de empresas lideradas por mulheres.
(*) Com informações da ApexBrasil