São Paulo – Pela primeira vez desde que foi criada, em 1998, a Amazon Brazil Nuts participou de uma edição da feira de alimentação Gulfood, em Dubai, mas já se prepara para voltar para a próxima edição do evento. O carro-chefe da companhia, a castanha-do-pará, ainda é pouco conhecido nos países do Oriente Médio e Norte da África, mas a empresa pretende aproveitar o gosto dos árabes pelas frutas secas e castanhas para vender um produto tão brasileiro naquela região.
De acordo com o CEO da Amazon Brazil Nuts, Ricardo De Rosa, os árabes que visitaram o estande do Brasil no evento mostraram interesse em importar o produto. “É a primeira vez que se traz a esta feira um produto com o nome do Brasil. Eles estão gostando da castanha”, afirmou. A castanha-do-pará é conhecida no exterior como “Brazil nut”.
O fruto é encontrado em toda a floresta amazônica, não apenas no Pará. Foi esse estado, contudo, o primeiro a processar a fruta da castanheira. Atualmente, 30% da produção da empresa é exportada para clientes na Europa, Estados Unidos e China. O volume produzido varia conforme a safra. Em 2013, foram produzidas mil toneladas de castanha descascada, que foi apresentada aos árabes.
A diretora administrativa da companhia, Ana Paula Denardi, afirma que há uma pequena quantidade de castanha-do-pará à venda nos supermercados árabes e que é possível conquistar o público local. “Os árabes gostam de nozes, castanhas, pistache. Esse produto é ideal para eles. A maioria dos que provam no estande gostam e alguns dizem que ela é um pouco oleosa. E é mesmo. Este mercado ainda é pouco explorado e nós podemos atendê-lo, pois temos a fábrica”, disse.
Os potenciais clientes árabes, diz Denardi, afirmaram que o preço apresentado pela empresa é menor do que aquele que os poucos importadores da região pagam. “Eles costumam comprar de tradings que revendem o produto que chega à Europa. Então o preço que chega aqui é mais elevado porque passa por mais empresas”, diz. Os árabes que se interessaram pela castanha-do-pará deverão comprá-la para revender em supermercados. Além de inteira, ela pode ser vendida em pedaços, em farinha e moída. “Alguns perguntam até se podemos colocar a marca deles na embalagem”, disse Denardi.
Outros apelos que De Rosa apresentou aos potenciais clientes são as qualidades nutritivas e ambientais do produto. “Ela é rica em selênio (um mineral). Uma castanha tem a quantidade diária de selênio de que o ser humano necessita. Também é ambientalmente correta e ao explorar a castanha o trabalhador daquela região deixa de derrubar uma árvore para revender”, disse o executivo. A empresa não tem uma meta de vendas, mas devido à procura por informações e interesse dos potenciais clientes na feira, Denardi afirma que a decisão para 2015 já está feita: Amazon Brazil Nuts estará novamente na Gulfood.
Fontre: ANBA