Algodão e soja contribuiram para maior saldo da balança comercial em janeiro, em cinco anos

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Brasília – Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na segunda-feira (01/02) mostram que, no primeiro mês de 2016, o Brasil obteve o maior saldo na balança comercial para um mês de janeiro desde 2011. O superávit alcançado, de US$ 923 milhões, foi ainda mais expressivo levando-se em conta que, no mesmo período do ano passado, ocorreu déficit de US$ 3,17 bilhões.

No entanto, esse desempenho ocorre em meio à tendência de queda tanto das importações quanto das exportações do país. No total, as importações de janeiro de 2016 totalizaram US$ 10,32 bilhões, 35,8% a menos que no primeiro mês de 2015, enquanto as exportações apresentaram queda de 13,8%, chegando a US$ 11,25 bilhões.

De qualquer modo, o melhor janeiro dos últimos cinco anos contou com expressiva contribuição das cadeias agropecuárias, segundo destaca a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Os 15 principais produtos do agronegócio trouxeram ao país, em janeiro, receita de US$ 3,78 bilhões, 33,5% do total. No mês, os destaques foram: milho em grãos (US$ 735 milhões, aparecendo como o segundo principal produto exportado); celulose (US$ 491 milhões; 4º) e farelo de soja (US$ 421 milhões; 5º).

Nas vendas externas do agronegócio destacaram-se, ainda, produtos como a soja em grãos e o algodão, que, além de terem grande participação na balança comercial, apresentaram notável aumento nos valores de exportação entre janeiro de 2016 e o mesmo mês de 2015.

Soja – O crescimento nas exportações da soja em grãos, que saíram de US$ 35 milhões em janeiro de 2015 para US$ 148 milhões em janeiro de 2016, foi consequência, em grande parte, das variações nos preços do produto, em real e dólar. Números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA) indicam que em janeiro de 2015 os preços de soja em grãos estavam em queda nas duas moedas (chegando a R$ 61,55/saca, segundo o indicador ESALQ/BM&FBovespa Paranaguá), o que levou produtores a diminuir suas vendas, esperando um crescimento nesses preços. Já os compradores reduziram as negociações, analisando se esses valores poderiam reduzir-se ainda mais.

Já em janeiro de 2016, apesar de os preços em dólar estarem ainda menores que em 2015, a desvalorização do real permite que o produtor tenha mais competitividade e consiga exportar maior quantidade de soja, compensando a queda na cotação da commodity.

Algodão

O produtor de algodão foi beneficiado pela estabilidade dos preços em 2016. Em janeiro de 2015, variações cambiais deixaram compradores cautelosos, reduzindo o potencial de crescimento das exportações no período. Com a estabilização do real em um patamar mais baixo que aquele de janeiro de 2015 (no dia 29/01/2015, US$ 1,00 equivalia a R$ 2,60, frente aos R$ 4,04 do último dia 29), o algodão brasileiro ganhou competitividade nos mercados externos.

Assim, apesar de os preços em dólar de algodão do último dia 29 terem sido apenas 1,25% superiores aos do mesmo dia de 2015, o valor em reais cresceu 56,27% entre janeiro de 2015 e janeiro de 2016, atingindo 260,41 centavos de real por libra-peso, segundo o Indicador de Preços do Algodão do CEPEA/ESALQ. No mês passado, o Brasil exportou US$ 138 milhões em algodão, 66,3% a mais que em janeiro de 2015.

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