Vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin

Alckmin defende Brasil “pragmático” e “multilateralista” nas relações com EUA e China

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Da Redação (*)

Brasília – O vice-presidente em exercício da Presidência e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, defendeu uma postura pragmática e equilibrada do Brasil nas relações com os Estados Unidos e a China, buscando explorar as grandes oportunidades comerciais existentes nas relações com os dois principais parceiros comerciais do Brasil. Alckmin também expressou a disposição do governo brasileiro em seguir defendendo o multilateralismo e o livre comércio.

Ao participar nesta segunda-feira (24) do evento “Rumo 2025”, promovido pelo jornal Valor Econômico, Alckmin abordou avanços do Brasil no contexto nacional e global, falou sobre as conquistas alcançadas pelo país nos últimos anos, e abordou temas como meio ambiente, mudanças climáticas, segurança alimentar.

O vice-presidente destacou que uma das razões para a visita que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realiza ao Japão é avançar na discussão sobre o comércio exterior com o país asiático, que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil em todo o mundo. Após cumprir intensa programação na capital japonesa, nos dias 28 e 29, Lula visitará o Vietnã, em um esforço para estreitar as relações com um dos países-membros da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN).

Geraldo Alckmin ressaltou que “os Estados Unidos e a China são grandes parceiros do Brasil. A China é o maior comprador do Brasil, é para quem a gente mais exporta, e os Estados Unidos, o maior investidor no Brasil. Nós temos mais de três mil empresas americanas no Brasil, então a nossa disposição é de defender o multilateralismo, o livre comércio. Podemos avançar, essa é a disposição brasileira”, afirmou o presidente em exercício.

Alckmin frisou que é necessário fortalecer ainda mais o Mercosul e a importância do acordo comercial que teve ao final do ano encerradas as negociações com a União Europeia. Para ele, “o comércio exterior é fundamental. Nós no MDIC estamos trabalhando por uma indústria mais inovadora, mais sustentável, mais competitiva e mais exportadora. Então é conquistar mercado, essa é a nossa tarefa”, argumentou.

Exibindo a serenidade com que sempre procura tratar a fase turbulenta atravessada pelo comércio internacional, o vice-presidente evitou criticar diretamente as tarifas impostas unilateralmente pelos Estados Unidos aos seus principais parceiros comerciais e, ao contrário, enfatizou que os americanos são os maiores investidores no Brasil e que “nós temos mais de três mil empresas americanas no Brasil, então a nossa disposição é de defender o multilateralismo, o livre comércio. Podemos avançar, essa é a disposição brasileira”, afirmou o presidente em exercício.

Além disso, Geraldo Alckmin frisou que é necessário fortalecer ainda mais o Mercosul e a importância do acordo comercial recentemente fechado com a União Europeia. “O comércio exterior é fundamental. Nós no MDIC estamos trabalhando uma indústria mais inovadora, mais sustentável, mais competitiva e mais exportadora. Então é conquistar mercado, essa é a nossa tarefa”, argumentou.

MEIO AMBIENTE

No campo ambiental, o presidente em exercício reforçou o papel do Brasil na segurança energética e alimentar, o protagonismo na questão climática e o combate ao desmatamento. “Somos hoje o grande protagonista na segurança alimentar, na segurança energética e energia limpa com inúmeras oportunidades. E o grande protagonista na questão climática. Temos a maior floresta tropical do mundo e mudou a postura do Brasil, que era não combater o desmatamento, para uma ação firme de combate ao desmatamento”, afirmou.

Outro destaque apresentado é a realização da COP30 no Brasil. Para o presidente em exercício, será uma grande oportunidade para o país. Alckmin também ressaltou as NDCs apresentadas pelo Brasil, com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa. “A COP pode ser uma mudança desafiante, mas é uma mudança importante. E o Brasil apresentou as suas NDCs na COP de Baku, lá no Azerbaijão, na COP29. Eu representei o Brasil lá. Redução de emissão de gás de efeito estufa, entre 59% e 67%, até 2035. Ela é ousada, mas ela é factível”, enfatizou Alckmin.

INVESTIMENTO VERDE

Sobre as medidas para atrair investimentos que priorizem a sustentabilidade ambiental, Alckmin destacou o programa de Mobilidade Verde (Mover) que atraiu R$ 130 bilhões em recursos, o Fundo Clima e o Fundo Amazônia.

“Eu destacaria o Mover – Mobilidade Verde. A indústria automotiva cresceu no ano passado. A média do crescimento da indústria automotiva no mundo foi 2%. No Brasil foi 9,7%. Destacaria o Fundo Clima, que torna o crédito mais barato para a questão da sustentabilidade, da descarbonização, o mercado regulado de carbono, hidrogênio verde, Fundo Amazônia”, elencou.

Além disso, ele enfatizou que o Brasil tem potencial competitivo na transição ecológica. “Nós estamos concentrados nessa transição ecológica. E o Brasil é um exemplo, porque quase 90% da energia elétrica é renovável. Hidrelétrica, solar, eólica e biomassa. Por isso, a possibilidade é atrair muito”, afirmou Alckmin.

Sobre a política monetária, o presidente mencionou a taxa de juros elevada e ressaltou a criação da Letra de Crédito para Desenvolvimento (LCD) para reduzir custos de financiamento para indústrias e comércio. “Uma boa notícia: nós acabamos de lançar o LCD, letra de crédito para o desenvolvimento. Tinha o LCA para agricultura, LCI para imobiliário e agora o LCD, a Letra de Crédito para Desenvolvimento do Comércio e indústria”, disse.

(*) Com informações do MDIC

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