São Paulo – Nos dois primeiros meses do ano, as exportações do agronegócio alcançaram US$ 2,19 bilhões, montante 2,8% superior ao mesmo período de 2020, o que corresponde a 35,1% das vendas externas paulistas; enquanto as importações, em queda de 8,6%, totalizaram US$ 740 milhões. Essas transações resultaram em um superavit de US$ 1,45 bilhão, 9,8% superior ao obtido no ano passado, informa a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA).
No mesmo período, as exportações totais do Estado de São Paulo somaram US$ 6,24 bilhões, uma queda 2,3% em relação a 2010; e importações, US$ 8,84 bilhões, registrando déficit comercial de US$ 2,60 bilhões. “A queda das exportações ainda é resultante da pandemia da Covid-19, que vem afetando as exportações de algumas das principais mercadorias das indústrias paulistas extrativista e de transformação”, explicam José Alberto Angelo, Carlos Nabil Ghobril e Marli Dias Mascarenhas Oliveira, pesquisadores do IEA.
Os pesquisadores ressaltam o desempenho do agronegócio que, com a queda das exportações totais do Estado, é fundamental para reduzir o saldo negativo das contas externais paulistas. “O déficit do comércio exterior paulista só não foi maior devido ao desempenho do agronegócio estadual”, concluem.
Os principais grupos nas exportações do agronegócio paulista foram: Complexo Sucroalcooleiro (US$ 845,44 milhões, sendo que desse total, o açúcar representou 88,4% e o álcool, 14,6%), Carnes (US$ 308,70 milhões, em que a carne bovina respondeu por 87,6%), Sucos (US$ 218,96 milhões, dos quais 97,5% referentes a suco de laranja), Produtos Florestais (US$ 218,59 milhões, com participações de 53% de papel e 31,7% de celulose) e Demais Produtos de Origem Vegetal (US$ 108,54 milhões), ficando o café logo atrás, na sexta colocação (US$108,36 milhões, dos quais 74,1% referentes ao café verde). Esse agregado representou 77,5% das vendas externas setoriais paulistas.
Os principais produtos da pauta de importação do agronegócio paulista no primeiro bimestre de 2021 foram papel (US$ 53,76 milhões), seguido do trigo (US$ 49,83 milhões) e do óleo de dendê ou de palma (US$ 43,62 milhões).
Balança Comercial do Brasil
A balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 170 milhões no primeiro bimestre de 2021, com exportações de US$ 31,13 bilhões e importações de US$ 30,96 bilhões. Na análise setorial, as exportações do agronegócio apresentaram resultado próximo da estabilidade (+0,4%) em relação a primeiro bimestre de 2020, alcançando US$ 12,08 bilhões. Já as importações aumentaram 10% no período, registrando US$ 2,52 bilhões (8,1% do total nacional). O superavit do agronegócio foi de US$ 9,56 bilhões no período, sendo 1,8% inferior na comparação com o primeiro bimestre de 2020.
Os principais grupos nas exportações do agronegócio brasileiro foram: Carnes (US$ 2,43 bilhões, com a carne bovina, de frango e suína representando, respectivamente, 45,2%, 38,5% e 13,6% desse total), Complexo Soja (US$ 2,17 bilhões), Produtos Florestais (US$ 1,67 bilhão, com participações de 47,4% de celulose e 37,8% de madeira), Complexo Sucroalcooleiro (US$ 1,38 bilhão, dos quais 88,4% de açúcar) e Café (US$ 963,34 milhões, tendo o café verde participação de 91,8%). Esses cinco agregados representaram 71,3% das vendas externas setoriais brasileiras.
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(*) Com informações da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo