Agronegócio pode ter superávit de US$ 56 bilhões

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Brasília (Comex-DF) – Após uma pequena retração em 2009, o saldo da balança comercial do agronegócio deve voltar a crescer neste ano. A previsão é de fique entre US$ 53,5 bilhões e US$ 56 bilhões, de acordo com analistas do mercado de commodities. Em 2009, a estimativa é de que o saldo feche entre US$ 49 bilhões e US$ 54 bilhões. O saldo permanecerá longe, contudo, dos quase US$ 60 bilhões verificados em 2008.

 

“A recuperação econômica que está sendo registrada no mundo vai impactar a demanda por alimentos e isto vai beneficiar positivamente países produtores de commodities como o Brasil”, explica a economista Amaryllis Romano, analista de commodities da Tendências Consultoria. Para Amaryllis, a recuperação da economia dos países consumidores vai trazer de volta uma demanda que era necessária, já que a produção de alimentos cresceu no país.

 

“Existem fundamentos para que os países consumidores recomponham seus estoques, que ficaram mais limitados em função da crise econômica dos últimos anos”, diz. Fábio Silveira, sócio-diretor da RC Consultores, ressalta, entretanto, que o crescimento das exportações brasileiras e, consequentemente, do saldo do agronegócio será discreto diante do fraco dinamismo das economias desenvolvidas.

 

“O aumento será tímido se considerados os números registrados em 2008, quando os efeitos da crise ainda não estavam totalmente contabilizados”, afirma. Enquanto a Tendências Consultoria estima que as exportações do agronegócio alcancem US$ 70,8 bilhões em 2010, alta de 11,5%, a RC prevê um crescimento de 7,9%, para US$ 61,4 bilhões. Já as importações devem crescer apenas 5,25%, para US$ 14,8 bilhões, de acordo com a Tendências. A consultoria também prevê que o saldo deve aumentar 13,25%, para US$ 56 bilhões, enquanto a RC estima um crescimento de 6,5%, para US$ 53,5 bilhões.

 

Amaryllis comenta que a expansão da receita se dará mais por volume exportado que por preço. “A volta da demanda vai impedir que os preços recuem em 2010 e, em alguns casos, as cotações tendem a subir, mas a elevação dos preços não será expressiva”, diz. Produtos A soja continuará a ser o carro-chefe das exportações brasileiras em 2010. A receita com os embarques do grão deve crescer para algo entre US$ 12,7 bilhões e US$ 14 bilhões.

 

O açúcar segue ocupando o segundo lugar, com exportação de 23,5 milhões de toneladas, alta de 3,2%, gerando receita de US$ 8,1 bilhões, superior em 7,5% ao esperado para 2009, de acordo com a Tendências. Peso na balança “O que salva as exportações brasileiras é o agronegócio e essa é uma tendência para os próximos anos.

 

Há algum tempo, os produtos industrializados vêm perdendo competitividade no exterior e o peso na nossa pauta de exportações”, afirma Silveira. Para ele, o “custo Brasil” ainda é o maior empecilho para que o país consiga ser um grande exportador não só de matérias-primas, mas também de bens manufaturados. As previsões para o saldo comercial do agronegócio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) confirmam os números dos analistas de mercado. A CNA estima superávit de US$ 55,510 bilhões em 2010.

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