José Augusto de Castro, presidente da AEB / Divulgação

AEB se alinha ao MDIC e aposta em saldo comercial de US$ 84,7 bilhões em 2023

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Da Redação

Brasília – A poucas semanas da divulgação  pela Associação de Comércio do Brasil (AEB, da revisão da balança comercial brasileira, prevista para acontecer ainda neste mês de julho, o presidente da Associação, José Augusto de Castro, considera real a possibilidade de o país fechar o ano de 2023 com um superávit recorde da série histórica, da ordem de US$ 84,7 bilhões, conforme projetado ontem (3) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Ao final do ano passado, a AEB  divulgou documento projetando para este ano um saldo  de US$ 71 bilhões. Hoje, José Augusto de Castro considera “coerente com a realidade” a estimativa anunciada pelo Ministério. José Augusto de Castro recorda que “ao final do ano passado eu previ, em dezembro, que as exportações cairiam, mas que as importações também sofreriam uma redução”.

O executivo da AEB aponta uma relação direta entre as curvas ascendente e descendente das duas pontas do comércio exterior e afirma que “cada vez que as importações caem mais que as exportações, o superávit estará aumentando. O MDIC agora está projetando uma queda de 11,8% nas importações e uma redução de 2,8% nas exportações, o que levou o Ministério a rever sua estimativa de superávit comercial para US$ 84,7 bilhões. Esse número é bastante  factível e devemos ficar próximo a isso, oscilando um pouco acima de US$ 80 bilhões e podendo chegar até a US$ 84 bilhões”.

O presidente da AEB destaca a aceleração da queda dos preços em junho. De acordo com a Secex, o volume embarcado em junho subiu 6,7% enquanto os preços de exportação caíram 15,2%.

Segundo Castro,  “neste ano estamos tendo um aumento quantitativo das exportações de soja, petróleo e minério de ferro, mas também é registrada uma queda em termos de preços desses três produtos. Só que a queda de preços está sendo mais forte que a queda de quantidade e isso faz com que cada vez que as importações caem, o superávit comercial aumente a”. No tocante às importações, houve uma queda de 3,1% em volume embarcado e de 5,6% nos preços, no acumulado de janeiro a junho, comparativamente com o mesmo período de  2022

Superávit resulta de movimento das exportações e importações

Os dados da balança comercial divulgados pela Secex mostram ainda que, segundo o presidente da AEB, está havendo um aumento na queda de preços mas um aumento em termos  de quantidade em itens como bens de capital e bens de consumo durável. Em contrapartida, os bens intermediários, insumos da indústria, esses estão caindo, o que contribui para elevar o consumo e está fazendo com que os bens de consumo tenham um consumo maior que outros bens, como os bens intermediários

Nesse cenário, José Augusto considera que os  dados projetados pelo MDIC são bem próximos da realidade e por esse motivo ele acredita que “este ano deveremos ter mais um recorde histórico da balança comercial, porque um saldo acima de US$ 80 bilhões, ou melhor, acima de US$ 71 bilhões já seria um recorde. No início do ano, quando projetei um superávit de US$ 71 bilhões, eu era otimista. Agora, o MDIC está projetando um superávit de US$ 84,7 bilhões e ele é que é o otimista. Então, os números estão corretos  e correspondem à realidade de hoje”, concluiu.

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