AEB projeta superávit de US$ 29,2 bilhões em 2016, com queda de 9,5% nas importações

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Da Redação

Brasília –  A balança comercial  brasileira deverá  registrar um superávit de US$ 29,228 bilhões, correspondentes a quase o dobro em relação aos US$ 15,705 bilhões estimados para 2015.A exemplo do que aconteceu este ano, o superávit expressivo somente poderá ser alcançado graças a uma contração ainda mais significativa (-9,5%) nas importações. Por outro lado, as exportações devem registrar uma queda menos acentuada, de -1,0%.

Camex reduz temporariamente a alíquota do ImpostoA previsão elaborada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) foi apresentada hoje (16), no Rio de Janeiro, pelo presidente da AEB,  José Augusto de Castro, que prevê para o próximo ano exportações no total de US$ 187,443 bilhões (queda de 1% em relaçao aos US$ 189,367 bilhões estimados para 2015) e importações de US$ 158,215 bilhões (uma retração de 9,5% em comparação com os US$ 173,662 bilhões estimados para 2015).

De acordo com José Augusto de Castro, “uma vez mais, o superávit projetado para 2016 será considerado “superávit negativo”, pois continuará sendo gerado por queda de importações, e não aumento de exportações. A insegurança e incerteza vigentes podem demandar novas projeções antes de julho, mês tradicional de realização da única revisão anual da balança comercial pela AEB”.

Em sua estimativa para a balança comercial em 2016, a AEB destaca que “a taxa de câmbio, oscilando entre R$ 4,00 e R$ 4,50, deverá ser influenciada pela possível perda do grau de investimento do Brasil, pela elevação da taxa de juros pelos Estados Unidos e pelo quadro político e de incerteza vigente no Brasil. E  mesmo com a taxa cambial ajudando a competitividade em alguns segmentos, seu impacto positivo sobre as exportações de manufaturados em geral será limitado, pois a América do Sul, nosso principal mercado, reduziu seu poder de importação devido à queda nas cotações de suas commodities de exportação, enquanto em mercados importantes como Estados Unidos, a concorrência está acirrada e nossa competitividade limitada”.

AEB projeta superávit de US1Em relação a outros grandes mercados para os produtos brasileiros, a AEB ressalta que “por sua vez, na União Européia a desvalorização de 25% do euro frente ao dólar tornou caras nossas exportações e baratas suas exportações, afetando o Brasil em terceiros mercados. O impacto sobre China é ínfimo, pois exportamos basicamente commodities. – a estagnação e/ou queda nas exportações brasileiras de manufaturados desde 2008 afastou o Brasil de mercados como EUA e Europa, transformando-o em “novo” exportador, que demanda tempo para tentar reconquistar mercados atualmente ocupados por fornecedores de outros países. Além disso, ainda que nossos preços tenham se tornado competitivo, a concretização de novas vendas externas deverá ocorrer somente após o fim dos contratos em vigor, o que pode demorar de 6 meses a 3 anos”.

A AEB elabora um cenário externo marcado por quedas nas cotações das principais commodities exportadas pelo Brasil (soja, minério de ferro e petróleo),  mas destaca que essa retração nos preços deverá ser amenizada pela elevação do quantum exportado, especialmente de petróleo e soja. E reforça que os produtos básicos manterão índice de participação superior a 50% na pauta exportadora brasileira.

Na estimativa elaborada pela AEB, “a soja em grão, pelo segundo ano consecutivo, continuará sendo o produto líder na exportação, com US$ 21,090 bilhões, mesmo com pequena queda em sua cotação” e segundo a Associação, “as quedas projetadas nos totais de exportações e importações reduzirão o montante da corrente de comércio para US$345,658 bilhões em 2016, o menor valor n traçaos últimos 5 anos, queda de 4,8 sobre os estimados US$363,029 bilhões de 2015. O valor da corrente de comércio de US$345,658 bilhões projetado para 2016, representa queda de 28,3% sobre o valor recorde de US$482,286 bilhões alcançado em 2011. Saliente-se que, corrente de comércio é que gera desenvolvimento econômico, e não o superávit comercial”.

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