Livre-comércio entrou em vigor em 2017. Exportadores egípcios como Delta Brothers e Oriental Fruits dizem que sem ele seria impossível entrar no mercado brasileiro e competir em preço com outros países.
Da Redação (*)
São Paulo – Desde que entrou em vigor, em 2017, o acordo de livre-comércio entre o Mercosul e o Egito beneficiou o comércio mútuo. Pelo menos dois expositores do país árabe que participaram da feira Apas Show, em São Paulo, nesta semana, afirmaram que suas vendas e presença no mercado local são resultado desta parceria.
Sócio da empresa Delta Brothers, uma das líderes do setor de congelados no Egito, Mostafa Salah disse que o Egito tem grande conhecimento em agricultura, afinal há mais de sete mil anos já desenvolvia o cultivo de diversas culturas. Para além da sua capacidade produtiva, Mostafa cita o Mercosul como fundamental para que os produtos congelados do Egito cheguem ao Brasil com preços competitivos. Chile e China, dois grandes vendedores ao Brasil, afirmou, não competem mais com a mesma força de antes no mercado brasileiro em razão dos benefícios que o acordo o Mercosul proporcionou ao Egito.
“Há cada vez mais demanda. A batata frita está em quase todos os pratos, as vendas de morangos [congelados] do Egito ao Brasil duplicam de volume a cada ano. E 2025 será o ano dos vegetais [congelados]”, disse.
Graças ao acordo com Mercosul, vendas dobraram
Gerente geral da Oriental Fruits, Wael Soliman vê as exportações de seus produtos ao Brasil crescerem ano após ano. Seu primeiro embarque ao país ocorreu em 2022, após sua participação na Apas. Naquele ano, foram embarcadas no Egito 75 toneladas de alho e 50 toneladas de morangos congelados com destino ao Brasil. Em 2023, foram 700 toneladas de alho e 300 toneladas de morangos congelados. Neste ano até agosto, deverão desembarcar no Brasil a partir das vendas de Soliman mil toneladas de morangos congelados e entre 700 toneladas e mil toneladas de alho.
“Esse desempenho deve-se ao acordo com o Mercosul. E porque o mercado brasileiro é muito grande, com muito consumidores. Temos uma janela de ouro com o [produto] alho porque, com o Mercosul, podemos competir com a China. Sem o Mercosul, seria impossível”, avaliou. “Este ano, a Apas está mais cheia, com mais gente e mais espaço. Espero que também venda mais”, disse.
A empresa Delta Brothers e a Oriental Fruits são duas das companhias que estão na Apas no estande organizado pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. Outras empresas do Egito, além de companhias do Líbano, Tunísia, Iraque e dos Emirados Árabes Unidos estiveram em dois estandes durante o evento.
(*) Com informações da ANBA