Abrapa elogia acordo que marca “vitória emblemática” para produtores brasileiros de algodão

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Abrapa elogia acordo que marca

Brasília –  A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) elogiou o acordo assinado hoje (1) em Washington pelo Brasil e Estados Unidos selando o encerramento de uma disputa de mais de uma década na Organização Mundial do Comércio (OMC)  referente às exportações brasileiras de algodão.

De acordo com a Abrapa, o acordo marca o fim “de uma disputa emblemática com uma vitória para os produtores brasileiros de algodão” e “garante princípios básicos para a concorrência no mercado internacional”.

Na avaliação da Abrapa, entre as mudanças conquistadas através do acordo firmado pelo ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, e o secretário de Agricultura dos Estados Unidos, Michael Froman, “a mais importante, relativa ao programa GSM-2 –especialmente no tocante ao aspecto de que os EUA não oferecerão garantias para crédito à exportação com prazo superior a 18 meses-, não vale apenas para o algodão, mas para todo o agronegócio”.

A íntegra da nota divulgada pela Abrapa é a seguinte:

 

A emblemática disputa chega ao final com nova vitória para os produtores brasileiros de algodão que, no Memorando assinado entre os dois países, conseguiram garantir princípios básicos para a concorrência no mercado internacional.

Há um ano, quando os norte-americanos pararam de pagar os pagamentos devidos ao Brasil, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e o Governo Federal vêm levantando e analisando intensamente todas as opções de resolver o contencioso da forma mais favorável aos produtores brasileiros e ao Brasil.

Hoje, após a intensificação da pressão brasileira, de meses de estudos e de diversas rodadas de negociação chefiadas pelo Itamaraty, a ABRAPA está convencida de que o entendimento alcançado entre os dois países foi a melhor solução para os produtores brasileiros de algodão e para o agronegócio.

Isso porque, dentre as mudanças conquistadas, a mais importante, relativa ao programa GSM-102 – especialmente no tocante ao aspecto de que os EUA não oferecerão garantias para crédito à exportação com prazo superior a 18 meses -, não valem apenas para o algodão, mas para todo o agronegócio.

Ademais, dentre as conquistas brasileiras no entendimento com os EUA estão: (i) a transferência US$ 300 milhões para o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) ainda nesse mês de outubro e; (ii) a flexibilização no uso dos recursos do IBA para assistência técnica e capacitação relativas ao setor cotonicultor do Brasil e relativas à cooperação internacional no mesmo setor em países da África Subsaariana, em países membros ou associados do Mercosul, no Haiti ou em quaisquer outros países em desenvolvimento segundo acordado pelas partes.

Importante notar que o entendimento firmado por Brasil e EUA não implica no reconhecimento brasileiro da compatibilidade com os acordos da OMC das medidas discutidas no contencioso do algodão e de outras medidas na Farm Bill 2014, nem prejulga se as recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) foram implementadas corretamente.

Mais que isso, após anos de negociações emblemáticas na historia brasileira, a Abrapa agradece publicamente o empenho do Itamaraty e do governo brasileiro desde o início do contencioso e, sobretudo, nesta etapa final de negociação de um acordo que contempla em grande medida as preocupações dos produtores brasileiros

de algodão.

O encerramento bem sucedido deste contencioso, todas as lições aprendidas e o resultado exitoso do trabalho em equipe dos setores público e privado servirão de parâmetro para futuras vitórias do agronegócio brasileiro na arena internacional.

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