Abraciclo anuncia queda de 23% nas exportações de motocicletas de janeiro a novembro

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Da Redação (*)

Brasília – As exportações brasileiras de motos apresentaram um recuo de 23%  de janeiro a novembro, comparativamente com igual período de 2014 e as vendas externas totalizaram 63.179 unidades. Em novembro isoladamente, porém, as vendas externas cresceram 87,7% em comparação com o mesmo mês do ano passado e totalizaram  6.298 motos. Os dados foram divulgados hoje (8) em São Paulo, pela Associaçao Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). De acordo com a Associação, o setor deverá germinar o ano de 2015 com uma produção de 1,27 milhão de unidades.

“Nos últimos dois ou três meses houve uma recuperação em relação ao primeiro período do ano”, disse Fermanian sobre o mercado argentino, o maior para as empresas brasileiras no exterior e principal responsável pela queda nos embarques ao longo de 2015. Outros destinos importantes, como os Estados Unidos, Colômbia, Austrália e Canadá, ficaram praticamente estáveis, ou até cresceram, como no caso colombiano.

A Abraciclo prevê que as exportações vão chegar a 73 mil unidades até o final de 2015 e avançarão para 75 mil em 2016. Fermanian acredita que o novo governo da Argentina, que toma posse no dia 10, fará com que o país vizinho “caminhe para uma maior integração” com o Brasil. Sai a presidente Cristina Kirchner, que tem perfil de esquerda e mais protecionista do ponto de vista comercial, e chega Mauricio Macri, mais à direita e, em tese, mais liberal nesta área.

Segundo o executivo, o mercado sul-americano como um todo é enorme, porém, abastecido majoritariamente por fabricantes asiáticos. “Há um potencial enorme para avançar nos vizinhos”, declarou.

Ele ressaltou, porém, que, apesar da valorização do dólar frente ao real, que deixa os produtos brasileiros mais baratos lá fora, e dos incentivos fiscais oferecidos às indústrias na Zona Franca de Manaus, há outros fatores que reduzem a competitividade das companhias do País no exterior como a burocracia, a logística ruim e a falta de acordos comerciais entre o Brasil e outros países.

Fermanian destacou, no entanto, que as fábricas nacionais têm condições de atender rapidamente um eventual crescimento da demanda externa. Ele observou que a indústria brasileira chegou a produzir mais de 2 milhões de motos em 2011 e, portanto, tem capacidade disponível para ampliar a produção.

“Qualquer reação que nós sentirmos de qualquer país, as empresas que exportam podem suprir facilmente”, disse. “Seria uma surpresa muito positiva e uma forma de minimizar o [desempenho fraco do] mercado interno”, concluiu.

A principal queda ocorreu no segmento de veículos de baixa cilindrada, cujos consumidores têm renda menor e dependem mais de financiamentos para comprar. Com a economia do País em recessão, há menor demanda e o crédito está mais escasso.

Em novembro, isoladamente, houve também redução da fabricação em comparação com outubro de 2015 e com novembro de 2014, mas ocorreu aumento das vendas no varejo de outubro para novembro. Para o presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, isso aponta para o fim do processo de baixa. “Para frente nós esperamos manter [os números atuais] e até crescer um pouco no segundo semestre de 2016”, declarou.

A associação projeta aumento na produção, vendas no atacado e no varejo no próximo ano. A expectativa de produção é de 1,28 milhão de unidades; a de vendas no atacado é de 1,22 milhão de motos, contra 1,21 milhão em 2015; e de 1,26 milhão de veículos no varejo, ante 1,255 milhão este ano. “Esperamos que o nó da economia seja desatado rapidamente”, destacou o executivo.

Caso a recessão perdure, ele afirmou que há risco de perda de empregos no setor, mas ressaltou que não existe previsão conjunta das empresas sobre eventuais demissões. As montadoras instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM), no Amazonas, onde se concentra o grosso da produção nacional, empregam atualmente 16,4 mil pessoas.


São associadas da Abraciclo a BMW, Bramont, Dafra, Harley-Davidson, Honda, Kawasaki, Suzuki, Traxx, Triumph e Yamaha.

(*) Com informações da  ANBA

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