Neste ano, remessas para o exterior deverão registrar expansão de 6,8% sobre 2022, conforme dados ABPA até novembro. Iraque passou a ser o 10º principal importador do Brasil neste ano. Emirados foram o 2º maior comprador e a Arábia Saudita, o quarto.
São Paulo – As exportações de carne de frango aos países árabes deverão manter em 2024 o desempenho registrado neste ano e se desenvolver em destinos que até 2023 não importavam o produto.
Em coletiva de imprensa realizada em São Paulo sobre o desempenho do setor em 2023 e perspectivas para 2024, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apresentou também uma estimativa de aumento de até 6,8% nas exportações totais de carne de frango, para 4,6 milhões de toneladas neste ano. A previsão é de que a receita se mantenha estável em US$ 8,978 bilhões.
De acordo com os dados apresentados pela ABPA, o principal importador de carne de frango do Brasil foi a China, que importou neste ano 28% a mais do que em 2022, para um total de 632,2 mil toneladas. Foi seguida por Emirados Árabes Unidos, que importou 396 mil toneladas, em queda de 3,3% em relação a 2022. Já a Arábia Saudita, o quarto maior destino do produto, ampliou suas compras em 7,2%, para 337,4 mil toneladas, logo atrás do Japão. O destaque, entre os países árabes, foi o Iraque, que neste ano integrou a lista dos dez principais destinos para a carne de frango brasileira, com expansão de 184% sobre o ano passado, para 137,6 mil toneladas.
Segundo o presidente da ABPA, Ricardo Santin, o aumento das exportações ao Iraque se deve à queda da produção e exportação da Turquia, país que sofreu um terremoto de elevadas proporções em fevereiro. Santin afirmou que as perspectivas de exportações para ano que vem são positivas em razão de os países árabes do Oriente Médio e do Norte da África já serem importantes clientes dos produtores brasileiros.
“O balanço deste ano é positivo, o mercado árabe é um dos principais mercados para o Brasil, 32% das vendas vão para lá. É muito positivo e deve continuar a crescendo”, afirmou Santin. “Vemos boas oportunidades para toda a África, em especialmente no caso da Argélia”, disse o diretor de mercados da ABPA, Luís Rua. Em 2023, o setor celebrou a abertura do mercado da Argélia para compra de carne de frango brasileira e a redução tarifária anunciada pelo Egito. Rua comentou que, para 2024, a ABPA negocia a abertura do mercado do Sudão, além de outros países não árabes, e solução de contenciosos internacionais.
Para o ano que vem, a expectativa da ABPA para todo o setor é de expansão de 3,7% na produção de carne de frango, para 15,3 milhões de toneladas. As exportações podem atingir até 5,3 milhões de toneladas, com alta de 3,9%.
“Vemos o Brasil com exportação vigorosa, Estados Unidos com crescimento, União Europeia com estabilidade, Turquia volta a crescer bastante. O panorama para 2024 continua positivo para carnes de aves do Brasil”, disse Santin.
Pato e ovo
A ABPA divulgou também o desempenho dos setores de ovos e outras aves. Entre estes, as exportações para o Catar, quinto principal destino dos ovos produzidos no Brasil, somaram 953 toneladas, em queda de 11,8%. Para os Emirados, a queda foi de 80%, para 859 toneladas. Para a Arábia Saudita, as vendas cresceram 113%, a 288 toneladas. Estes três países registraram, por sua vez, ampliação nas importações de carne de pato procedentes do Brasil.
Santin comentou no encontro, também, que o Brasil se mantém livre de casos de influenza aviária em sua produção. Há, no País, um total de 150 casos, dos quais 147 registrados em aves silvestres e 3 em aves para consumo de subsistência.
(*) Com informações da ANBA
