Abipecs vai à China e Coreia em busca de mercados para a carne suína brasileira

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Brasília (Comex-DF) –  Com a ambiciosa missão de avançar com as negociações da abertura do mercado da China para a carne suína brasileira, o presidente da Associação Brasileira da Indústria  Produtora e Exportadora de Carne Suina (Abipecs), Pedro Camargo Neto, desembarca hoje (24/12) em Pequim para uma série de contatos com autoridades chinesas.

A expectativa de Camargo Neto é de que em curto prazo o Brasil poderá atingir uma participação de 5% no volume total das importações chinesas do produto, num volume equivalente a 18 mil toneladas. De Pequim, o presidente da Abipecs seguirá para a Coreia, também em busca de novos clientes para a carne brasileira.

Ao final do ano passado, a China reconheceu  a existência, no Brasil, de regiões livres de febre aftosa, um passo preliminar importante numa futura abertura de mercado para o Brasil no país asiático. Etnretanto, para que as exportações se efetivem falta obter a liberação dos frigoríficos e a aprovação do processo de industrialização da carne suína brasileira pelas autoridades de Pequim. Estes são alguns dos temas que Pedro Camargo Neto vai abordar a partir de amanhã na capital chinesa.

O programa da visita prevê para esta quinta-feira reunião com grupos de potenciais importadores e com representantes das empresas brasileiras já estabelecidas em Pequim. Na sexta-feira, o presidente da Abipecs participa de reuniões com dirigents do órgão rsponsável pela liberação dos frigoríficos autorizados a exportar carne para a China (CNCA). Há algum tmpo esse órgão vem analisando a documentação que lhe foi encaminhada por 25 frigoríficos de diferentes estados brasileiros. Todos eles estão confiantes em obter a autorização para iniciar, ainda este ano, as exportações para a China.

A busca de novos mercados

A missão chefiada por Pedro Camargo Neto à China e Coreia é parte de uma ofensiva que vem sendo realizada pela Abipecs visando ampliar os mercados externos para a carne suína brasileira. Com 30 milhões de cabeças, produção de 3 milhões de toneladas, geração de 630 mil empregos diretos e indiretos, receita de R$ 84 bilhões (R$ 30,4 bilhões no mercado interno, R$ 2,6 bilhões no mercado externo e R$ 51,6 bilhões na distribuição e no varejo), a cadeia suína brasileira é uma importante atividade econômica, especialmente nas regiões Sul e Sudeste do País.

Dona de um sólido e crescente mercado interno, que consome 80% de toda a produção, a cadeia suína vem se consolidando entre os principais abastecedores do mercado externo. Em 2009, as exportações totalizaram 607.489 toneladas , um aumento de 14,75% se comparadas com as 529.418 toneladas vendidas ao exterior em 2008. Ano passado, as exportações geraram uma receita de US$ 1.226.446. Devido à queda dos preços praticados nos mercados internacionais, apesar de maiores em volume, as exportações do ano passado foram inferiores em 17,09% aos US$ 1.479.242 auferidos em 2008.

Baseando-se em estudo elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura ae Alimentação (FAO) dando conta de que em 2009 o mundo produziu 106 milhões de toneladas de carne suína, metade dos quais é produzida pela China que é, ao mesmo tempo, o maior produtor e principal importador do produto em todo o mundo, a Abipecs estima que as exportações brasileiras podem triplicar até o ano de 2015, quando atingiriam um volume de  1,73 milhão de toneladas.

Hoje, o Brasil é o quarto maior exportador mundial, atrás apenas da União Europeia, dos Estados Unidos e do Canadá. Se a meta prevista pela Abipecs vier a ser alcançada, em 2015 o Brasil poderá setransformar  num dos maiores, senão o maior, exportador de carne suína do mundo. A exemplo do que já acontece hoje com as carnes bovina e de frango.

A viagem de Pedro Camargo Neto à China e Coreia se insere nessa estratégia de abrir novas fronteiras para a carne suína nacional. Após cmprir extensa agenda em Pequim, Pedro Camargo Neto irá para Seul, onde estabelecerá uma série de contatos com o objetivo de acompanhar a tramitação do processo de abertura daquele importante mercado à carne suína brasileira.

Atualmente, os maiores importadores do produto brasileiro são a Federação da Rússia (266.523 toneladas, correspondentes a 43,87% do total exportado), Hong Kong (importações de 122.135 toneladas e uma fatia de mercado de 20,10%) e Ucrânia (compras de 57.289 toneladas, equivalentes a 9,43% de todas as exportações nacionais). Outros clientes importantes são  Angola, Argentina, Cingapura, Uruguai, Moldávia, Albânia e Emirados Árabes Unidos.

Entre os estados brasileiros, os principais produtores e exportadores de carne suína são Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

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