Abiec aguarda que Iraque anuncie fim de embargo para retomar exportações de carne bovina

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Erbil, Iraque – Os exportadores brasileiros de carne bovina ainda esperam a reabertura do mercado iraquiano, fechado desde dezembro do ano passado, após o governo do Brasil informar que o agente causador do mal da vaca louca foi identificado em um animal do rebanho do Paraná morto em 2010, sem, no entanto, ter desenvolvido a doença.

Visitantes circulam pela feira

Alexandre Rocha/ANBA
Alexandre Rocha/ANBA

“Nós tínhamos a expectativa de que [o mercado] já estivesse aberto”, disse o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antônio Jorge Camardelli, que participa da Feira Internacional de Erbil, no norte do Iraque, iniciada nesta segunda-feira (23).

Segundo ele, não há motivos para a continuidade do embargo, uma vez que a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) declarou, após o episódio, que a possibilidade de desenvolvimento da encefalopatia espongiforme bovina do Brasil segue “insignificante”, ou seja, a carne brasileira não oferece riscos aos seus consumidores.

Camardelli informou que uma delegação do governo iraquiano esteve no Brasil para uma inspeção no primeiro semestre, o que teve resultado positivo. Ele acrescentou que os iraquianos querem realizar uma nova missão para visitar laboratórios e trocar experiências com os técnicos brasileiros.

“O governo [brasileiro] já fez o convite e estamos preparando um acordo de cooperação técnica”, declarou. Mais do que verificar a qualidade da carne, o Iraque quer adquirir know-how na área de sanidade animal.

Ainda não há uma data para essa nova missão, mas os exportadores gostariam que fosse “o quanto antes”. “O Iraque é considerado estratégico para nós, por isso viemos à feira”, destacou o executivo. Estratégico não só por causa da demanda local, mas também pela proximidade dos mercados do Irã e da Turquia. A abertura significa uma facilitação do fluxo de produtos na região. Na quinta-feira (25), a Abiec vai promover um churrasco para empresários e autoridades em Erbil.

Promessa

“Temos muitos [importadores] interessados aqui, mas o Iraque continua trancado”, disse Diogo Oliveira, gerente comercial da trading West Food, que comercializa produtos alimentícios, entre eles carne bovina. “A carne, quando for liberada, assim como temos muito sucesso no Irã, teremos muito sucesso aqui”, afirmou ele, ressaltando que a empresa já exportou 4 mil toneladas de carne ao país vizinho em 2013. “E fecharemos o ano em 6 mil a 7 mil toneladas”, acrescentou.

Enquanto isso, a empresa oferece outros itens na Feira de Erbil. “Estamos tentando trazer café, pois eles consomem muito”, disse Oliveira.

Além da Abiec e da West Food, o estande brasileiro na feira conta com o frigorifico Marfrig e com a Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), que faz certificação de abate halal de bovinos, ou seja, realizado de acordo com a tradição islâmica.

Fonte: ANBA

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