Fonte: ANBA
São Paulo – As exportações brasileiras de carne bovina devem atingir uma receita de US$ 5 bilhões e volume de 1,8 milhão de toneladas neste ano. A projeção é do novo presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, que assumiu a entidade há cerca de um mês. Como no ano passado o Brasil faturou US$ 4,1 bilhões com a venda externa de carne de boi, para 1,2 milhão de toneladas, o aumento em 2010 deve ser de 22% em valores e de 50% em volume.
De janeiro a outubro deste ano, o Brasil faturou US$ 4,1 bilhão com a exportação, com volume de 1,4 milhão de toneladas. O aumento da receita foi de 22% e de quantidade, 2%. Os preços foram 17% maiores. Em outubro, o faturamento foi de US$ 419 milhões e os envios atingiram 134 mil toneladas. Houve alta de 11% na receita, queda de 14% no volume e aumento de 22% nos preços.
O aumento de preços ocorrido na exportação brasileira segue o movimento mundial de alta de valores do gado e reflete uma adequação de custos por parte das indústrias brasileiras. O patamar atual de preços da carne, segundo Camardelli, faz com que a Europa possa competir em alguns mercados, o que não conseguia antes por causa dos seus custos.
O presidente da Abiec afirma que a Europa está buscando mercados que já atendeu no passado, em função da proximidade. Agora, a alta mundial do preço do gado, junto a outros fatores, como medidas protecionistas, devem facilitar a vida dos europeus junto a velhos clientes. Ele acredita que os europeus estão buscando, por exemplo, mercados africanos, como Argélia e Egito, além da Turquia.
O Egito, por exemplo, está entre os principais mercados do Brasil no exterior para carne bovina. Em outubro, o país árabe foi o terceiro da lista de importadores, com compras de US$ 32 milhões e 10 mil toneladas, com aumentos de 203% e 143%, respectivamente. A União Europeia é a décima maior exportadora de carne bovina do mundo, a terceira maior produtora e a segunda maior consumidora. O Brasil é o maior exportador, o segundo maior produtor, atrás apenas de Estados Unidos, e o terceiro maior consumidor.
Os números das exportações se referem a todos os tipos de carne, incluindo in natura, industrializada, miúdos, tripas e salgadas. As exportações de carne industrializada refletem a restrição das compras dos Estados Unidos por causa da Ivermectina, medicamento veterinário encontrado em excesso em alguns lotes vindos do Brasil. Houve queda nas vendas de carne bovina industrializada em outubro, de 38% em valores e de 41% em volumes. De janeiro a outubro houve recuo de 19% em receita e volume.
Camardelli espera que, entre final de novembro e começo de dezembro, o mercado dos EUA seja reaberto. Além disso, o segmento deve fazer esforço para entrar em outros mercados, principalmente nos maiores importadores de carne bovina. Segundo o presidente da Abiec, na próxima semana haverá uma reunião, na Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, na qual será eleito um mercado no qual o Brasil investirá.
