Novo Hamburgo (RS) – A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) participou, ontem (23), de uma comitiva do presidente Lula à Argentina. Na oportunidade, empresários ligados à indústria brasileira e argentina participaram de encontro com os presidentes Lula e Alberto Fernandéz, da Argentina, na Casa Rosada, em Buenos Aires.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, conta que no encontro com os executivos brasileiros e argentino foi entregue um documento assinado em conjunto pelas associações das indústrias dos dois países, com as pautas prioritárias para o desenvolvimento da competitividade por meio de uma maior, e efetiva, integração comercial.
Entre as pautas defendidas estavam a necessidade urgente de integração comercial, o fortalecimento do Mercosul, o aumento do investimento público para a reindustrialização de ambos os países, a diminuição da burocracia para a exportação, a gradual eliminação das barreiras comerciais e o avanço na economia verde e transição energética.
Um dos problemas levados pela Abicalçados, especificamente, foi a medida do Banco Central da República Argentina (BCRA) que alterou as condições de acesso ao Mercado Único de Câmbio para pagamento de importações, o que vem atrasando os pagamentos das suas importações em 180 dias.
“Muitos calçadistas brasileiros, em função desta resolução, estão deixando ou exportando menos para a Argentina, que hoje é o nosso segundo principal destino no exterior”, avalia Ferreira, destacando como positivo os esforços do governo brasileiro em buscar alternativas para financiar os importadores argentino para dirimir o problema da contenção dos pagamentos.
Conforme dados elaborados pela Abicalçados, no ano passado, foram exportados para a Argentina 15,9 milhões de pares por US$ 179,4 milhões, incrementos de 19% em volume e de 55,8% em receita na relação com 2021. “As exportações para a Argentina, que vinham em uma crescente no primeiro semestre, passaram a cair a partir da resolução, principalmente nos últimos três meses de 2022, quando caiu 36%, 23% e 48% em relação aos mesmos meses de 2021”, comenta o executivo.
O dirigente da Abicalçados conta, também, que tanto os empresários brasileiros quanto os argentinos frisaram a importância de uma integração comercial efetiva. “O Mercosul – e hoje é consenso entre os dirigentes presentes no encontro – é muito mais um bloco político do que econômico de fato. Precisamos, urgentemente, entre as outras pautas colocadas no documento, ampliar o comércio bilateral entre os dois países”, destaca.
Além dele do presidente-executivo da Abicalçados, participaram da comitiva a superintendente da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Silvana Dilly, e o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), José Fernando Bello.
(*) Com informações da Abicalçados