Entidade leva algumas de suas iniciativas em prol da conservação das abelhas e promoção da apicultura nacional e também apoia a participação de pesquisadores brasileiros
Santiago (Chile) – A 48ª Apimondia, o maior congresso de apicultura do mundo, acontece em Santiago, no Chile, a partir de hoje (4) até a próxima sexta-feira (8), e tem como tema central a sustentabilidade da atividade de criação de abelhas e produção de mel e outros subprodutos.
Serão apresentados e debatidos trabalhos desenvolvidos em inúmeros países e que abordam temas como o aquecimento global e os reflexos para a criação de abelhas, doenças e pragas, capacitação e treinamento, uso da terra, polinização e conservação da biodiversidade, e apiterapia.
A A.B.E.L.H.A. marcará presença levando algumas de suas iniciativas em prol da conservação das abelhas e promoção da apicultura nacional. A entidade também está apoiando a participação de especialistas em abelhas e polinização agrícola – ao todo, foram selecionados dez trabalhos para apresentações orais e 20 para pôsteres.
Como já é de praxe, a equipe da A.B.E.L.H.A. trará ao público brasileiro as principais novidades apresentadas na programação oficial do congresso científico, além de entrevistas com pesquisadores, representantes de organizações apícolas e outros participantes do evento.
O tema central do 48º Congresso Internacional de Apicultura (Apimondia 2023) é a apicultura global sustentável. “A apicultura está se tornando cada vez mais desafiadora em nosso mundo em constante mudança. Inundações, incêndios, condições climáticas extremas e chuvas imprevisíveis se combinam para tornar a apicultura um desafio”, afirma Jeff Pettis, presidente da Apimondia. “A relação entre a apicultura e o meio ambiente pode ser sustentável e lucrativa, mesmo que as mudanças climáticas tornem a apicultura mais desafiadora.”
Ana Assad, diretora executiva da A.B.E.L.H.A., acredita que a participação do Brasil é fundamental, uma vez que esse tema está relacionado não apenas à produção de mel como também de muitos alimentos e a conservação da biodiversidade. “Os debates da Apimondia são muito relevantes para a nossa apicultura, que registrou um crescimento muito forte nos últimos anos, mas é pressionada por fatores como as mudanças climáticas, o modelo de uso da terra e a redução dos hábitats naturais que afetam os polinizadores, a biodiversidade e o equilíbrio de nossos ecossistemas.”
“Por outro lado”, continua Assad, “nossa ciência tem muito a contribuir com os diálogos para o desenvolvimento de uma apicultura sustentável. Por isso, estamos oferecendo um apoio recorde para promover a participação de cientistas brasileiros e a divulgação de suas pesquisas no evento.”
Ao todo, serão 25 trabalhos compartilhados no congresso por 14 pesquisadores especialistas em abelhas e polinização agrícola. Entre os conhecimentos apresentados, estão previsões sobre o impacto do aquecimento global nas abelhas amazônicas e análises sobre o potencial do uso de abelhas sem ferrão para a produção de mirtilos e de políticas públicas para conservação dos polinizadores.
Dois projetos encabeçados pela A.B.E.L.H.A. serão apresentados na Apimondia. Um deles é o Atlas da Apicultura no Brasil, uma plataforma com mapas, tabelas e gráficos interativos que permitem a consulta rápida das principais informações disponíveis e atualizadas sobre a cadeia apícola do Brasil, com dados de vários bancos oficiais agregados de forma prática, incluindo número de colmeias, produção de mel e cultivos agrícolas de interesse para a criação de abelhas.
Outra ferramenta é o sistema Lacunas de conhecimento de abelhas no Brasil, que permite apontar o hiato sobre diversidade e distribuição geográfica desses insetos no País comparando dados do Catálogo Moure das Abelhas Neotropicais com dados disponíveis na rede speciesLink. O sistema indica espécies de abelhas cuja ocorrência geográfica é apontada no Catálogo Moure, maior fonte taxonômica de abelhas do Brasil e da região Neotropical, mas que não possuem registros de coleta naquele Estado na rede speciesLink, uma das principais plataformas de dados sobre biodiversidade do País. Tais informações são úteis para direcionar esforços futuros de catalogação e novas coletas, contribuindo para políticas públicas.
A A.B.E.L.H.A. também participará do concurso promovido pela Apimondia, na categoria de livros de interesse aos criadores de abelhas, com a obra Abelhas sem ferrão relevantes para a meliponicultura no Brasil, um compilado das fichas catalográficas de 60 espécies de abelhas sem ferrão, selecionadas a partir do Catálogo Nacional de Abelhas-Nativas-Sem-Ferrão, publicado pelo ICMBio, em função de sua relevância para a meliponicultura. O e-book é uma iniciativa da A.B.E.L.H.A., em colaboração com a Embrapa Meio Ambiente e a Universidade de São Paulo (USP), de autoria dos pesquisadores Cristiano Menezes, Denise Alves, Daercio Lucena e Eduardo Almeida.
No site da A.B.E.L.H.A. está a agenda de todas as apresentações realizadas ou apoiadas pela A.B.E.L.H.A. na Apimondia 2023. Lá também é possível acompanhar as entrevistas com diversos pesquisadores e apicultores participantes do evento, também no nosso canal do YouTube e perfis nas redes sociais.
No site da Apimondia 2023 é possível baixar todas as informações sobre o congresso, incluindo a programação científica completa.
(*) Com informações da A.B.E.L.H.A