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Importações de veículos chineses crescem 264,4% até novembro e somam US$ 3,1 bilhões

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Da Redação

Brasília – Após darem um salto de 482% em 2023, quando totalizaram US$ 1,086 bilhão, comparativamente com o ano anterior, as importações de veículos da China, alavancadas pelos modelos eletrificados, cresceram 264,4% de janeiro a novembro deste ano e somaram US$ 3,1 bilhões, correspondentes a 39,8% de todos os veículos automotores importados no Brasil neste ano.

Em todo o ano passado, esse percentual era de apenas 18,8%.  Uma alta tão expressiva gerou um aumento de US$ 2,2 bilhões na receita obtida pela China com a exportação de veículos para o Brasil, comparativamente com o ano de 2023.

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os veículos de passageiros, que há menos de cinco anos não figuravam na pauta importadora brasileira junto ao mercado chinês, hoje ocupam o terceiro lugar entre os principais produtos embarcados pela China para o Brasil, com uma participação de 5,3% nas vendas totais do gigante asiático para seu principal parceiro comercial na América Latina.

Os efeitos desse forte aumento nas importações dos carros elétricos chineses só não foram maiores sobre o desempenho da indústria automobilística nacional neste ano porque, após uma forte queda registrada em 2023, as exportações para a Argentina, principal mercado para o setor automotivo brasileiro, cresceram 45,7% no período janeiro-novembro e somaram US$ 1,91 bilhão, US$ 600 milhões maiores que o total embarcado no ano passado.

Ao divulgar na semana passada o balanço do setor nos onze meses de 2024, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) destacou que pela primeira vez desde 2024 os emplacamentos de veículos importados superaram as exportações: 463 mil unidades contra 403 mil.

Em queda, as exportações brasileiras estão cada vez mais concentradas na Argentina, o que gera preocupação no setor automotivo nacional. Mesmo com a recuperação nas vendas para o país vizinho, as vendas externas ainda se situam num patamar bem abaixo das 766 mil unidades embarcadas em 2017.

Medidas de incentivo às exportações

Segundo o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, a Associação prepara um pacote de sugestões a ser apresentado ao governo visando incentivar as exportações do setor. Segundo o dirigente, o pacote é composto por medidas regulatórias que reduzam o Custo Brasil e apoiem  acordos bilaterais com  países que são destinos para as exportações brasileiras.

Márcio de Lima Leite disse que “o Brasil precisa avançar na harmonização regulatória. Acordos bilaterais com os países de destino das nossas exportações são essenciais. Precisamos de atenção, porque a indústria automotiva brasileira tem perdido espaço nesses mercados”.

Apesar de mostrar-se otimista com a recuperação das exportações em 2024, projeções feitas pela Anfavea indicam que em 2025 os emplacamentos de veículos importados devem seguir superando as exportações. Para o próximo ano, a previsão é de que das vendas externas cheguem a 428 mim unidades, algo em torno de 6,2% a mais na comparação com este ano.

 

 

 

 

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