Embargo da  Rússia aos EUA e UE abre oportunidade para as exportações de frutas brasileiras

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Da Redação (*)

Brasília –  A  proibição, pelo governo da Rússia, da importação de frutas dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega, em resposta às sanções impostas por esses países a Moscou por seu apoio aos rebeldes no leste da Ucrânia e pela anexação da Crimeia abre grandes possibilidades para o aumento das exportações brasileiras de frutas para o mercado russo.

O Brasil nunca figurou entre os principais exportadores de frutas para a Rússia, aparecendo apenas como o maior fornecedor de mangas ao país e ocupando a sexta posição entre os fornecedores de limão e lima da Pérsia ao país europeu. Com o embargo, frutas como maçãs, melões, melancias e muitas outras podem ser exportadas para a Rússia utilizando as oportunidades surgidas com o embargo aos tradicionais fornecedores.

Embargo da  Rússia aos EUA e UE abre oportunidade para (2)Com uma população de mais de 143 milhões de habitantes, a Rússia é um dos maiores importadores de frutas de todo o mundo. Após a decisão do presidente Vladimir Putin de banir as importações dos Estados Unidos, União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega, o mercado russo abre grandes oportunidades para os fornecedores de frutas exóticas, novas variedades e produtos orgânicos. Com isso, novos fornecedores e produtos de origem não tradicional estão ingressando no mercado da Rússia.

Bananas lideram a relação das frutas mais consumidas pelos russos, com um percentual de 25% do consumo, seguidas pelas maçãs (18%), laranjas (12%), tangerinas (10%), peras (9%), uvas (7%) e pêssegos (6%).

De acordo com dados do Serviço Federal de Alfândega da Rússia, em 2013, a Rússia realizou importações de frutas no valor de US$ 6,26 bilhões, num total de 6,19 milhões de toneladas métricas. Por outro lado, foram importados US$ 2,80 bllhões em vegetais e 2,90 milhões de toneladas métricas.

Em relação às frutas, os principais produtos importados foram citros, com 26,4% de um total de US$ 6,26 bilhões importados em 2013; bananas, 21,4% do total de frutas importadas; maçãs, com 21,3% do total importado.

Cerca de 30% do total das importações de frutas e 32% de todas as importações de vegetais realizadas pela Rússia tiveram como fornecedores os países da União Europeia, Estados Unidos, Noruega e Austrália.

Com o embargo, cerca de 70% de todas as importações de frutas realizadas pela Rússia tiveram que ser substituídas, enquanto 50% a 60% das importações de pêssegos passaram a ser redirecionadas. No caso dos pêssegos e nectarinas, a Rússia teve que procurar fornecedores substitutos para 70% a 75% de todas as importaçoes realizadas.

Embargo da  Rússia aos EUA e UE abre oportunidade para (3)Segundo Antôn Pisarenko (Adido Comercial-Adjunto da Representação Comercial da Rússia no Brasil), “com o embargo, os produtores brasileiros de frutas têm ao seu alcance grandes oportunidades de conquistar espaços no vasto e atraente mercado russo. O Brasil já é hoje o principal fornecedor de mangas para a Rússia, com vendas de mais de US$ 9,4 milhões em 2013. Em quantidades inferiores, o Brasil fornece à Rússia diversas outras frutas como limões e limas da Pérsia, melões, melancias, laranjas, bananas, mamão papaia, maçãs, abacates e uvas. Todas essas frutas podem ter suas exportações ampliadas. O mercado russo oferece boas oportunidades principalmente para as maçãs, uvas de fim de estação, frutas de caroço e castanha de caju”.

Entre as frutas, as maçãs são o principal item importado pela Rússia. A relação dos fornecedores não inclui o Brasil e ano passado foi liderada pela Polônia (exportações no total de mais de US$ 389 milhões), seguida pela Modávia (US$ 70 milhões), China (US$ 68 milhões), Sérvia (US$ 48 milhões) e Bielorrussia (US$ 27 milhões). Com o embargo, a Rússia busca novos fornecedores e o Brasil pode vir a iniciar exportações da fruta para o mercado russo.

(*) Com informações da RK Marketing/NA “Fruitnews”

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